A Polícia Federal deflagrou hoje (8) uma operação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu núcleo político e militar, no âmbito das investigações sobre uma tentativa de golpe de Estado e de subverter o resultado das eleições de 2022.
A Operação Tempus Veritatis (Hora da Verdade, em tradução livre) foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e ordenou que Bolsonaro entregue seu passaporte em até 24 horas. Por conta disso, o ex-presidente está proibido de deixar o país.
Em post no X (antigo Twitter), Fabio Wajngarten, um dos advogados Bolsonaro, confirmou que, “em cumprimento às decisões de hoje”, o ex-mandatário entregará o passaporte para as “autoridades competentes”.
Ao todo, a PF cumpre quatro mandados de prisão preventiva e 33 de busca e apreensão contra militares, políticos e outros membros do entorno do ex-presidente em 10 unidades da federação.
Entre os detidos estão Filipe Martins, ex-assessor de assuntos internacionais da Presidência, o major do Exército Rafael Martins e o coronel Marcelo Câmara.
Já os mandados de busca e apreensão miram homens de confiança de Bolsonaro, como os generais e ex-ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Walter Braga Netto (Casa Civil e Defesa) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), bem como o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
“Rigor da lei”
Em visita a Minas Gerais, Lula declarou após a operação da PF que espera a aplicação do “rigor da lei” contra os responsáveis pela tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023.
“É muito difícil um presidente da República comentar sobre uma operação da Polícia Federal que ocorre em segredo de justiça”, afirmou Lula em entrevista à rádio Itatiaia.
“Espero que não ocorra nenhum excesso e seja aplicado o rigor da lei.
Sabemos dos ataques à democracia. Precisamos saber quem financiou os acampamentos. Vamos esperar as investigações”, acrescentou.
Durante a entrevista, Lula também disse esperar que Bolsonaro tenha a “presunção de inocência” que ele alega não ter tido nos processos da Lava Jato. “O que quero é que seja investigado e apurado. Quem tiver responsabilidade pelos seus erros, que pague”, declarou.