Ponsse aposta que Brasil pode se tornar um dos maiores mercados de máquinas florestais no longo prazo

A fabricante finlandesa de máquinas florestais está atenta às operações brasileiras e visa aumentar a competitividade da subsidiária

As operações brasileiras da fabricante de máquinas de colheita florestal Ponsse foram destaque no boletim de resultados divulgado pela matriz da companhia. Para o diretor da subsidiária do Brasil, Janne Loponen, dois desafios devem pautar 2024: os investimentos dos nossos clientes de acordo com as variações no preço da celulose e madeira para serraria e a eficiência nas operações de manutenção no país. Apesar disso, Janne comenta que o país é estratégico para a Ponsse e para o mercado, podendo se tornar um dos de maior relevância para a empresa em poucos anos.

Foto: Divulgação

Segundo o relatório financeiro divulgado em fevereiro, o mercado Américas (norte e sul) é o terceiro maior em vendas líquidas para a Ponsse e o Brasil é expressivo nesse contexto. Por isso, os desafios enfrentados por aqui estão sempre sendo suportados pela estrutura global da multinacional finlandesa.

O novo diretor da Ponsse Brasil, que assumiu a cadeira no início de fevereiro, destaca que o país é estratégico para as operações globais da companhia. “No futuro, no longo prazo, entendemos que o Brasil ainda será um dos maiores mercados. Continuaremos investindo intensamente em nosso time, na eficiência das nossas operações e na proximidade com o cliente“, acrescentou Janne.

O maior desafio da empresa no país está na busca constante pelo aumento da competitividade e eficiência nas operações. Segundo Janne, este será o foco da sua gestão na subsidiária brasileira: implementar fortemente os valores da empresa no trabalho diário de cada colaborador a fim de impactar positivamente no sucesso do negócio do cliente e da Ponsse. “Com isso, o cliente irá notar o real Espírito Ponsse que embasa nossos quatro valores: Nós cuidamos verdadeiramente, Nós trabalhamos para os clientes, Nós somos honestos e Nós estamos abertos à renovação“, complementou o diretor da Ponsse Brasil.

A projeção de Janne para 2024 é de um fluxo de pedidos dentro da normalidade, devido principalmente, à análise atual e projeções do preço da celulose. Como este mercado é o que mais movimenta investimentos em maquinários no Brasil e os preços da commodity estão baixos, não há expectativa do mercado fazer grandes investimentos em novas máquinas.

Considerando a expectativa de variação do preço da celulose no mercado em 2024 e no começo do próximo ano, parece que não teremos grandes mudanças no mercado de máquinas, seguimos um ritmo normal de vendas“, acrescentou Loponen.

Foto: Divulgação

Resultados Globais de 2023

No relatório financeiro divulgado pela sede da Ponsse, o CEO, Juho Nummela destaca que o ano passado começou com uma forte carteira de pedidos de novas máquinas, porém a perspectiva reduzida de crescimento do setor florestal global logo afetou os investimentos em novas máquinas.

Segundo Nummela, o mercado foi impactado, principalmente pela alta inflação global, seguida pela elevação das taxas de juros e ainda pela redução de crescimento de várias economias importantes do planeta. Mesmo assim, a companhia apresentou crescimento de 8,8% em 2023, com 821,8 milhões de euros em vendas líquidas.

A fábrica, por sua vez, dobrou a capacidade de produção em um prazo de 8 anos, segundo o relatório. Em 2023 foram entregues com festividades as máquinas número 19.000 e 20.000. Além disso, a marca inseriu no mercado novos produtos e soluções, incluindo o segundo protótipo do forwarder PONSSE EV1, totalmente elétrico, para testes em clientes.

A perda do mercado Russo e os desafios das operações brasileiras foram listados como atores principais na redução da lucratividade da companhia a uma taxa de 5,7% (6,2).

A fala de Juho Nummela sobre os resultados da companhia finaliza com um plano de reestruturação global, o qual tem como objetivo globalizar os modelos de operação e torná-los escaláveis. “Estamos buscando fortalecer os papéis com responsabilidade do cliente em nossa rede de vendas e serviços e planejamos estabelecer organizações regionais para garantir suporte local e regional“, aponta Juho. O plano deve entrar em vigor em junho de 2024 e estima uma economia de 10 milhões de euros a partir de 2026.

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