Desde a invasão russa à Ucrânia, em fevereiro de 2022, cresce o temor de que Moscou possa expandir a agressão a outros países da região, incluindo membros da Otan, que Putin acusa de ameaçar a existência da Rússia. Alemanha, Suécia e Finlândia estão entre as nações que adotam medidas para fortalecer a segurança nacional
A escalada do conflito
Na última semana, o presidente russo, Vladimir Putin, declarou que o conflito na Ucrânia atingiu proporções de uma guerra “global”.
A tensão aumentou com a Coreia do Norte enviando soldados para apoiar a Rússia, os EUA autorizando Kiev a usar mísseis em território russo e Moscou respondendo com o lançamento de um míssil intercontinental de capacidade nuclear. Após mais de 1.000 dias de guerra, o clima se torna cada vez mais tenso.
A Europa em alerta
Finlândia, Suécia e Noruega estão orientando suas populações sobre preparativos para uma possível escalada nuclear na guerra na Ucrânia.
Na Alemanha, o governo mapeia bunkers e abrigos emergenciais, como estações subterrâneas, e lançará um aplicativo para facilitar o acesso. Além disso, incentiva a construção de abrigos domésticos, usando porões e garagens para reforçar a proteção civil.
Como Portugal também pode ser afetado?
De acordo com o Pós PhD em neurociências luso-brasileiro, licenciado em História e representante lusófono, Dr. Fabiano de Abreu, Portugal é um dos países que mais corre risco com a escalada das tensões na guerra.
“No caso de uma escalada da guerra para um conflito nuclear, Portugal é um país de risco, navios russos já rodearam a costa do país pois a localização de Portugal é estratégica para uma invasão marítima para outros países como Espanha e França, o que torna a região um grande alvo.
“Além disso, os arquipélagos dos Açores e da Madeira ampliam a área marítima de Portugal, o que os torna estratégicos. A Base das Lajes, nos Açores, também se destacam como ponto chave para operações militares dos EUA e da NATO”.
“Embora Portugal não tenha um poder bélico e de exército tão grande quanto outros países, a sua força se concentra na inteligência, o que também é um diferencial em uma guerra e pode ajudar o país nesse caso”.
“Outro risco que precisa ser considerado é que países sejam bombardeados e isso também afetaria Portugal, não apenas diretamente a depender da distância do país, mas também com abastecimento de comida e bloqueio de possíveis rotas terrestres de fuga”, ressalta Dr. Fabiano.
Fonte: MF Press Global