A fissura de lábio e/ou palato são malformações congênitas que ocorrem quando o palato e/ou o lábio não se desenvolvem completamente durante o período de desenvolvimento do feto. Essas são as anomalias craniofaciais mais comuns e afetam cerca de 1 em cada 700 bebês nascidos vivos. Esse tipo de fissura de face diverge das seguintes formas:
Lábio Leporino
É uma abertura no lábio superior que pode ou não estar associada a uma síndrome genética congênita.
Fenda de palato
Trata-se de uma abertura em uma região que é conhecida popularmente como céu da boca, mas que na verdade chama-se palato.
Fenda labiopalatina
Apesar do lábio leporino e da fenda de palato aparecerem em quadros isolados, em uma parcela dos pacientes, há ainda a possibilidade da ocorrência da fissura labiopalatina, ou seja, quando a fenda estende-se tanto pelo céu da boca como também pelo lábio.
As fissuras labiopalatinas em geral são causadas por uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Os fatores genéticos são importantes, mas também podem ser influenciados por fatores ambientais, como exposição a certos medicamentos ou substâncias durante a gravidez.
Principais desafios na cirurgia pediátrica de fissura labiopalatina
A cirurgia pediátrica de fissura labiopalatina é um procedimento que requer um alto nível de habilidade e experiência do cirurgião. Os principais desafios da cirurgia incluem:
A complexidade da malformação já que as fendas labiopalatinas podem variar em tamanho e gravidade, sendo assim, as fissuras maiores mais complexas de serem corrigidas.
O palato e o lábio são estruturas delicadas que precisam ser manipuladas com cuidado , por isso, a cirurgia precisa ser realizada com precisão para garantir funcionalidade e um bom aspecto estético.
Outro ponto importante é que os requisitos para a correção da fissura ocorrer variam em cada hospital. Em alguns centros de referência, por exemplo, as cirurgias são realizadas sempre considerando 2 critérios: pacientes com 12 meses de vida e pelo menos 10 kg de peso. Nunca somente um ou outro.
O pós-operatório da cirurgia de fissura labiopalatina pode ser desafiador tanto para a criança quanto para sua família. Os pacientes geralmente precisam ficar no hospital por 1 a 2 dias após a cirurgia, durante esse período e até mesmo nas semanas seguintes podem precisar de uma dieta líquida ou pastosa.
A cirurgia é apenas uma fase do tratamento das crianças com fissuras labiopalatinas. Uma abordagem multidisciplinar é necessária pelo menos até os 18 anos de vida do paciente, seja com terapias de fono, acompanhamento odontológico e assistência psicológica.
Os pais de crianças com fissura labiopalatina podem se sentir preocupados e ansiosos com a cirurgia, mas esse procedimento é essencial para recuperar a funcionalidade da região do palato e do lábio. Dessa forma, é fundamental que sejam instruídos pela equipe médica para terem tranquilidade e irem conversando com a criança sobre as etapas do tratamento.