“Participar do programa de Proteção de Nascentes é uma forma de contribuir com o bioma da região e reforçar que o produtor rural de Bonito faz muito bem a lição de casa quando o assunto é preservação”, afirmou a produtora rural Amanda Bertoni, uma das primeiras a cadastrar duas nascentes na fazenda Ipê, localizada no município de Bonito.
A identificação dos mananciais foi realizada após um encontro mobilizado pelo sindicato rural do município que contou com a presença de 80 produtores. A equipe do Senar/MS – Serviço nacional de Aprendizagem Rural apresentou os passos que devem ser atendidos para o cadastramento das áreas e esclareceu itens do CAR – Cadastro Ambiental Rural enfatizando a legislação do novo código florestal. Segundo Amanda os nascedouros localizados na propriedade atenderam todos os passos identificados pelo programa. “As nascentes estavam bem preservadas e com a vegetação nativa, só teremos que cercar”, relatou.
O programa idealizado pela CNA – Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil e pelo Senar, em março deste ano, tem objetivo de proteger os mananciais localizados em áreas rurais de todo território nacional. Com o tema ‘Proteja uma nascente em um dia’, os organizadores estimam fechar o primeiro ano com mil áreas protegidas. No cronograma de ações estão previstos cinco passos a serem tomados para que o cadastramento seja realizado pelo Senar/MS, são eles: identificar, cercar e limpar a nascente, controlar a erosão e replantar espécies nativas em caso de degradação.
Outro proprietário que aderiu ao programa foi Luiz Brito, proprietário da fazenda América, na qual é desenvolvida atividade de agricultura. “Achei a proposta muito válida por reforçar a importância da sustentabilidade nas atividades agropecuárias. Tenho quatro nascentes em minha propriedade e já solicitei a visita de identificação dos técnicos. Pretendo cadastrar todas elas”, explicou.
O município de Bonito (MS) está localizado na região sudoeste do Estado e conta com uma área de preservação ambiental exuberante, considerada um dos melhores destinos turísticos do planeta, segundo a OMT – Organização Mundial do Turismo. Ainda assim, a produção de soja e milho na região alcançou na safra 2014/15 cerca de 150 mil toneladas, conquistando a 15ª colocação no ranking de produtividade do Estado. Na pecuária, o rebanho ultrapassa 373 mil cabeças de gado, ocupando o 18º lugar na produção estadual, segundo as informações da Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS.
A advogada e técnica do Senar/MS, Janaina Pickler, participou da divulgação do programa apresentando aos produtores rurais uma palestra sobre o novo código florestal, abordando os aspectos do CAR – Cadastro Ambiental Rural. “Traçamos um panorama das alterações e benefícios ocasionados pela nova lei dando ênfase nas informações sobre áreas de preservação permanente, reserva legal, áreas consolidadas, direitos adquiridos e o CAR”, reforçou.
Janaina destacou uma lei orgânica que já é cumprida, estando acima dos parâmetros exigidos pela lei federal. “A lei municipal prevê que a metragem mínima ao longo dos rios seja de 50 metros para Áreas de Preservação Permanente, enquanto que pela legislação federal o espaço mínimo é de 30 metros”, argumentou.
Na avaliação do superintendente do Senar/MS, Rogério Beretta, o programa de Proteção de Nascentes é mais uma demonstração de responsabilidade do setor produtivo. “Com esta iniciativa o Senar consolida mais uma ação de preservação ambiental e demonstra que a atividade agropecuária não é a maior responsável pelos desequilíbrios ambientais encontrados em nosso país”, pontuou.
Serviço – Os produtores interessados em participar do Programa Nacional de Proteção de Nascentes devem ligar no Senar/MS pelo telefone (67) 3320-6969. Mais detalhes podem ser obtidos no site http://protecaonascentes.strikingly.com/