Campo Grande (MS) – Os produtores de Mato Grosso do Sul já podem contar com R$ 282 milhões em recursos do Plano Safra 2015/16 em benefício da Agricultura Familiar nos 79 municípios do Estado. E para facilitar o acesso a esse montante, disponibilizado através do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) está de prontidão para atender e auxiliar os produtores interessados na elaboração de projetos para a linha de crédito.
O anúncio foi feito pelo diretor-presidente da Instituição, Enelvo Felini, em entrevista ao programa Capital Meio Dia, da Rádio 95 FM. Em sua opinião, aquele que não está informado e não visita um dos escritórios da Agraer está sujeito a perder informações, prazos e com isso não ter a chance de usufruir do dinheiro, aprovado pelo governo Federal, no dia 22 de junho. “A Agência está com seus profissionais preparados à espera do produtor. Basta o produtor ir em uma de nossas agências para receber as orientações necessárias para elaborar um projeto e em seguida encaminha-lo para avaliação do banco. Caso seja aprovado, o crédito será liberado”, explicou.
Este ano o setor contará, em todo o Brasil, com R$ 28, 9 bilhões, valor 20% maior que do último ano, que foi de R$ 24,1 bilhões. Para Felini o valor é considerado interessante, visto que o País atravessa um momento delicado nas finanças. “Precisamos aplicar todo esse dinheiro no campo, pois uma vez aplicado ele impulsiona a produção, gera emprego e renda a sociedade, o que ajuda a economia nesses tempos de fragilidade”, evidenciou.
As taxas de juros das linhas de crédito próximas dos índices de inflação também é um ponto a ser considerado pelo agricultor. “As taxas aplicadas dentro do Plano Safra ainda são as menores se analisadas. Ela começa de 4,5% e vai subindo respeitando o tamanho produtivo do trabalhador rural. Se você analisar que todo ano há aumento na água, energia, petróleo e insumos, por exemplo, você percebe que há uma adequação no tabelamento”, avaliou.
Durante a entrevista, o diretor da Agraer lembrou que os R$ 282 milhões para a Agricultura Familiar do Estado, está em caixa desde o dia 1º de julho. “Nessa data o Banco do Brasil lançou, simultaneamente, o plano em 26 capitais brasileiras. Agora, basta que o produtor busque um de nossos escritórios para se informar sobre os procedimentos necessários para ter o dinheiro”.
Mais linhas de incentivo
Enelvo Felini, destacou ainda que as ações da Agraer vão além do Plano Safra. Tudo para levar conhecimento e produtividade ao homem do campo. “Desde o início de 2015 estamos com um profissional em um pavilhão da Ceasa, responsável por orientar o produtor a comercializar sem atravessadores”, afirmou. Trabalho esse que segue à risca a determinação do atual governador do Estado, Reinaldo Azambuja, “Nossa missão é a de estimular a fertilidade dentro dos assentamentos e cooperativas. De modo que a maior parte do lucro fique com o homem do campo, gerando emprego e esperança de um melhor futuro a sua família”, afirmou.
Recuperação de solo e produção
Além disso, o diretor relata que outras medidas estão sendo tomadas pela instituição. Já, nesta sexta-feira (10), está programada a entrega de três caminhões para auxiliar as atividades rurais em comunidades quilombolas da cidade de Jaraguari. Outra ação que também está engatilhada é o projeto “Terra Boa”, que visa distribuição de calcário e fertilizantes para correção da acidez de solos nos assentamentos. “Nos primeiros dois anos queremos atender de 10 a 16 mil famílias, para depois chegar a marca de 30 mil propriedades até o final da gestão. A meta é cada produtor consiga corrigir pelo menos um hectare de terra ao ano”, contou.
Atendimento ao Produtor
A implantação de dois novos escritórios é mais um estudo da Agraer junto as prefeituras de Sonora e Aparecida do Taboado para facilitar o acesso de serviços de assistência técnica ao pequeno produtor. Outra análise que vem sendo levantada pela Agência é o projeto de construção de uma nova Central de Abastecimento de Alimentos em Mato Grosso do Sul, na região da Grande Dourados, com perspectiva de beneficiar de 36 a 42 município. “A prefeitura já nos doou o terreno. Estamos agora angariando recursos e acredito que até o final deste semestre vamos contar com a pedra fundamental e as obras para que em 2016 haja a inauguração do prédio”, detalhou.
Orçado em R$ 5 milhões, o estabelecimento será construído em uma área de quatro hectares. A meta é reduzir a cultura massiva de importação de alimentos primários como frutas, legumes, verduras e peixes. Hoje, 85% dos alimentos que saciam a fome do povo sul-mato-grossense é fruto da negociação com outros estados. “Cerca de 70% do peixe que ingerimos vem do Amazonas, Tocantins e Mato Grosso. Mesmo com toda água e facilidade que o MS tem. Precisamos apoiar o nosso produtor rural e inverter esses valores”, pontuou.