Produtores do Hortifruti Legal escolhem o repolho como renda extra e driblam crise econômica

Experiência foi feita por quatro agricultores familiares de Paranaíba que conseguiram colher quatro toneladas no primeiro plantio.

Produtores rurais de Paranaíba (MS) estão conseguindo uma renda extra com plantações de repolho – Foto: Divulgação

Enquanto a atual conjuntura econômica compromete o orçamento das famílias brasileiras, em Mato Grosso Sul, mais precisamente em Paranaíba, o repolho foi escolhido para ser um dos cultivos ‘carro-chefe’ e já demonstra resultados positivos para produtores rurais atendidos pelo programa Hortifruti Legal, do Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.

A iniciativa está dando tão certo que um grupo formado por quatro agricultores do assentamento Serra colheu quatro toneladas da folhosa que foi comercializada para supermercados da região. O repolho não é a atividade principal dos produtores, mas a renda extra chegou em boa hora e, com a venda de R$ 0,85 por quilo, o faturamento somou R$ 3,4 mil, trazendo otimismo e incentivando os produtores familiares a produzir estrategicamente.

O programa Hortifruti Legal é uma das vertentes de atuação da metodologia de ATeG implantada pelo SENAR e que em Mato Grosso do Sul atende 400 produtores em 21 municípios. Em 2016, as famílias participantes comercializaram juntas quase R$ 3 milhões entre vegetais, verduras e frutas que foi absorvida por redes de supermercados, fábricas de alimentos e restaurantes.

A produtora familiar, Rosaine de Souza, sempre trabalhou com pecuária de leite, mas resolveu investir na diversificação e garantir assim, a melhoria na renda da família. Ela conta que a figura do técnico de campo foi fundamental para o sucesso da plantação. “O Flávio foi um anjo na nossa vida, ensinou as técnicas com dedicação e paciência e já na primeira colheita conseguimos colher uma média de 12 caixas de repolho por semana. Agora estamos semeando mais e também investindo no cultivo de tomate”, relata.

Para o produtor familiar, Roberto Carlos Barbosa de Souza, a experiência com plantio de repolho demonstrou que o cultivo consorciado a produção de leite pode incrementar a renda, possibilitando o planejamento com investimento. “Comecei com uma roça de 500 pés de repolho e ao final de 60 dias já tive lucro na primeira colheita. Fiquei tão satisfeito que pedi orientação ao Flávio para plantar maracujá e agora vou começar o jiló e quiabo”, destaca.

O técnico de campo responsável pelo atendimento de 30 produtores é o Flávio Correa que explica o motivo da escolha desta foliácea: “Procuramos levar uma opção que tivesse ciclo rápido e boa aceitação nos mercados da região e a turma aprovou a ideia. Outro fator que está estimulando as famílias é a comercialização total da cultura por comerciantes da região”, detalha.

Desenvolvimento local – O empresário Felipe Vieira Barbosa possui supermercado em Cassilândia e comprou 90% da produção de Paranaíba. Na opinião dele, o serviço prestado pelo Senar/MS é uma excelente oportunidade de desenvolvimento para todas as regiões do Estado. “Decidi comprar dos produtores do assentamento Serra porque comprovei a qualidade do produto e o preço atrativo. Esta iniciativa é ótima porque estimula a produção local e nós, empresários, podemos comprar produtos frescos diretamente de quem planta”, argumenta.

Na avaliação do coordenador do programa Hortifruti Legal, Francisco Paredes, o resultado conquistado com a metodologia de ATeG – Assistência Técnica e Gerencial no município de Paranaíba tem sido fantástico e começou com cultivo de maracujá. “Os produtores conseguiram fechar contrato com uma empresa de polpas na cidade de Aparecida do Taboado e a venda se estendeu para outros municípios e até em outros estados como São Paulo. Apesar dos bons resultados definimos mais opções de cultura para que os produtores não ficassem limitados somente a uma e incluímos tomate, melancia e repolho”, relata.

Sobre a aceitação da folhosa na região, Paredes esclarece: “A produção de repolho conseguiu diferencial já no primeiro grupo de produtores que conseguiram escoar toda produção. Além de ter boa aceitação o repolho é um produto importado de outros estados, então se tornou uma opção atraente tanto para produtores quanto para comerciantes que ganham em logísticas, qualidade e preço”, reforça o coordenador.

Fonte: Assessoria de Imprensa Sistema Famasul

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