Próxima safra deve ser plantada sob neutralidade climática

Em entrevista a Agromundi, o doutor em agrometeorologia e analista no Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), Marco Antônio dos Santos, explicou quais os impactos do fenômeno na agricultura brasileira.

Sendo uma atividade altamente dependente dos fatores climáticos, a agricultura pode ser afetada pelas mudanças do clima de diversas formas, como na alteração da produção do número de grãos por dia, devido às alterações na temperatura do ar, maior ocorrência de pragas e doenças, entres outras. Por isso, uma das atuais preocupações do produtor brasileiro se refere ao clima dos próximos meses, que pode comprometer a safra 2017/2018. Mas, de acordo com boletim divulgado pela Agência Americana de Meteorologia e Oceanografia (NOAA), graças a uma neutralidade climática, os profissionais do campo terão um maior controle de quando as chuvas irão ocorrer.

Em entrevista a Web Rádio Agromundi, o engenheiro agrônomo, doutor em agrometeorologia e analista no Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), Marco Antônio dos Santos, explicou que, devido a essa neutralidade climática, que deve se estender até o início do ano que vem, o Brasil não sofrerá com nenhum tipo de fenômeno, atuando de forma drástica nas plantações. “Como consequência desse evento, teremos chuvas chegando dentro da normalidade e de forma previsível. Assim, o produtor já pode iniciar a programação do seu plantio, sem se preocupar com atrasos significativos”, declarou.

Mas os agropecuaristas brasileiros ainda precisam ficar atentos a alguns fatores, em especial às alterações que irão ocorrer na virada de estação, que acontece no final do mês de setembro e início de outubro. “Durante esse período, a tendência é de que as chuvas fiquem concentradas na região Sul, em estados como Paraná e Rio Grande do Sul. Com isso, as frentes frias podem acabar subindo para as regiões mais centrais, provocando pancadas de chuva irregulares. Mas de uma coisa os agricultores podem ter certeza: nesse ano as chuvas não se atrasarão como aconteceu em anos anteriores”, afirmou Marco Antônio.

El Niño e La Niña

O cenário de neutralidade climática, que será visto no Brasil ao longo dos próximos meses, está diretamente relacionado a dois fenômenos climáticos que não serão formados em breve. O primeiro deles é conhecido como El Niño, se tratando do aquecimento anormal das águas superficiais no Oceano Pacífico Tropical, alterando os padrões de vento e, consequentemente, a ocorrência de chuva em regiões tropicais e de latitude média. O segundo, chamado de La Niña, também é um fenômeno oceânico-atmosférico, mas com atributos opostos ao anterior, causando um resfriamento anormal nas águas, mas também mudando o regime de chuvas.

Para mais informações sobre o como o clima poderá influenciar a produção agrícola no Brasil e ouvir a entrevista completa com Marco Antônio dos Santos, basta acessar o portal Agromundi (http://www.agromundi.com.br/), e clicar na aba “Podcast”.

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