Entre 2017 e 2018, os preços devem ficar pressionados, tanto para o mercado de carne, como para o mercado de bois, vacas, bezerros. O que de fato representa um privilégio nesse momento é a gestão. A previsão do consultor e especialista em pecuária, Maurício Palma Nogueira, diz respeito a desvalorizações da pecuária bovina no Brasil. Segundo Palma o maior desafio atual é manter a rentabilidade em um momento que a oferta de animais tende a superar a demanda. O consultor vai detalhar estes desafios durante o 30º Encontro de Tecnologias para Pecuária de Corte, que será realizado pelo Sindicato Rural de Campo Grande, no dia 3 de abril, a partir das 7h.
De acordo com Palma, além do próprio efeito negativo dos preços de vendas, momentos assim costumam levar muitas incertezas aos empresários, que correm riscos maiores de adotar decisões imediatistas e equivocadas. “Esse aumento de decisões mal elaboradas foi muito comum em 2016, quando as margens se reduziram pelo aumento de custos dos insumos”, confirma. “Empresas que se prepararam nos anos anteriores tendem a passar por períodos desfavoráveis sem maiores traumas.
Segundo o consultor da Agroconsult, apesar dos pecuaristas com mais gestão na propriedade se sobressaírem no atual momento da pecuária, não existe se que um criador que não seja desafiado. “O desafio é para todos. Produtores em regiões com maior densidade de plantas frigorÍficas podem ser beneficiados pelo equilíbrio da pressão entre fazendas e frigorífico. Mas nada a ponto de alterar significativamente as condições, em termos comparativos. Outro benefício é a proximidade com os grãos, o que, por outro lado, tende a favorecer uma oferta mais consistente” completa.
Sobre a solução para lidar com a problemática causada pelos baixos preços dos animais, ter uma estratégia da porteira para dentro, já abriria uma grande janela. “Pela nossa experiência, aqueles produtores que se mantém focados no plano de longo prazo tendem a colher resultados, mesmo em cenários negativos. Ainda que suas margens caiam significativamente, é possível que tenham se antecipado a estes períodos, minimizando os impactos negativos. O gerenciamento das informações, internas e externas à sua fazenda, e a habilidade em transformá-las em decisões rápidas e assertivas fazem a diferença”, pontua o palestrante do 30º Encontro de Tecnologias para Pecuária de Corte, que acontecerá no Sindicato Rural de Campo Grande.
Para o presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Ruy Fachini Filho, a 30ª edição do Encontro de Tecnologias para Pecuária de Corte, além de orientar o pecuarista sul-mato-grossense, servirá como oportunidade de união da categoria no momento de incertezas da pecuária. “O mercado para pecuária não está no cenário mais favorável, e buscar atualização, a favor de estratégias para lidar com a desvalorização da produção, além de oportuno, se faz necessário. Toda alternativa que possa nortear o pecuarista da porteira para dentro, que busca rentabilidade, é válida e bem-vinda”, finaliza Fachini.