Recuperação de pastagens degradadas aumenta produtividade em até quatro vezes

Foto: João Carlos Castro/Famasul

Foto: João Carlos Castro/Famasul

A recuperação de pastagens degradadas é uma das quatro tecnologias produtivas propostas pelo projeto ABC Cerrado formulado com objetivo de estimular a sustentabilidade aliada à rentabilidade na atividade rural. A iniciativa idealizada pelo Senar – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Ministério da Agricultura e Banco Mundial oferecerá capacitação profissional e assistência técnica para 400 produtores rurais participantes em Mato Grosso do Sul.

O projeto foi implantado em 2015 com a finalidade de atender inicialmente oito estados brasileiros do bioma Cerrado, promovendo quatro processos tecnológicos: ILPF – Integração Lavoura, Pecuária e Floresta, Sistema de Plantio Direto, Florestas Plantadas e Recuperação de Pastagens Degradadas. Nos meses de maio e junho, a equipe de técnicos de campo responsável pela etapa de orientação nas propriedades recebeu capacitação específica sobre cada um dos temas citados.

A Fundação MS realiza a consultoria máster do projeto, com uma equipe de profissionais que treinou os técnicos de campo do Senar/MS. Um dos especialistas é o diretor-executivo da fundação, Alex Melotto. Ele relata que a reforma ou recuperação de uma pastagem impacta no aumento da produtividade em até quatro vezes. “Uma área bem manejada pode aumentar a produtividade de cinco arrobas de carne por hectare/ano para 20. Além do eminente benefício econômico serão evitadas erosões e perdas por escorrimento superficial”, aponta o especialista.

Melotto detalha ainda as características de um pasto degradado e quais motivos que aceleram o processo: “A degradação é um processo contínuo que precisa ser impedido pelo produtor rural e isso requer atenção a detalhes que se destacam no cenário como redução na capacidade de suporte dos animais e a baixa qualidade da forragem. Visualmente podemos notar áreas de solo exposto onde a planta de capim morreu, presença de ervas daninhas invasoras e pragas como cupinzeiros”, e complementa: “ As interferências climáticas e o manejo inadequado são os principais fatores para o empobrecimento do terreno”.

Ações 2016 do ABC Cerrado – O cronograma de trabalho para este ano começou com a contratação de técnicos de campo e inscrições para os produtores rurais interessados em participar do projeto. No mês de maio, o Senar/MS iniciou oito turmas de capacitação nos municípios de Campo Grande, Dourados, Inocência, Nioaque e Paranaíba. Com 56 horas/aula de duração, o primeiro grupo deve qualificar 100 produtores.

Na avaliação do superintendente do Senar/MS, Rogério Beretta, a iniciativa favorecerá um setor regional cada vez mais produtivo e eficiente. “A regional de Mato Grosso do Sul foi pioneira em oferecer assistência técnica ligada a sustentabilidade do manejo, com o programa Mais Inovação. O ABC Cerrado consolidará um trabalho estruturado há quatro anos, em 31 municípios”, observa.

É importante reforçar que quanto mais avançado o estágio de degradação, mais caro será o custo para reforma ou recuperação. Nas fases iniciais, uma adubação de manutenção pode resolver o problema e custa em média R$ 500 por hectare. No entanto, em casos mais graves, o manejo compreenderá utilização de maquinário para trabalhar o solo, elevando os custos para até R$ 5 mil.

A informação fornecida pelo consultor da Fundação MS aponta também quais as melhores forrageiras para se cultivar levando em conta o custo benefício. “A escolha das espécies de capim dependerá da região, solo e clima. A Embrapa Gado de Corte, por exemplo, possui uma extensa lista de cultivares, em especial dos gêneros Brachiaria e Panicum que são adequados para todas as regiões de nosso Estado”, argumenta Melotto.

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