Redução de desperdício e inclusão no setor do pescado foram centro de soluções em Ideathon

Participantes compartilham ideias na primeira maratona on-line do Desafio de Inovação do Pescado. Confira os resultados

Realizado nesta terça-feira (8/06), pelos Departamentos do Agronegócio (Deagro) e da Micro, Pequena e Média Indústria (Dempi Acelera) da Fiesp, o Ideathon Desafio de Inovação do Pescado dividiu grupos de empreendedores para levantar soluções de inovação e tecnologia para sete desafios da Cadeia Produtiva da Pesca e da Aquicultura junto aos mentores.

Foto: Everton Amaro

A primeira experiência on-line de Ideathon apresentou os seguintes desafios para serem trabalhados: Novas tecnologias de congelamento, Embalagens sustentáveis para o pescado; Rastreabilidade: integração da cadeia; Prevenção e redução de desperdícios; Aproveitamento da matéria-prima e geração de subprodutos; Modernização da indústria de ração; e Novos modelos de varejo: humanização da relação entre consumidor e atendente.

“Esperamos que desse Ideathon aproveitemos as ideias e nasça um Hackathon para acelerarmos e sermos investidos, e, assim, surgir um novo unicórnio das startups brasileiras”, exalta Cássio Batista, diretor do Dempi Acelera Fiesp.

Para Roberto Kikuo Imai, diretor titular da Divisão da Cadeia Produtiva da Pesca e da Aquicultura, temos um desperdício grande do pescado quando chega ao varejo, de aproximadamente 30% de perdas.

“No Brasil, consumimos o bacalhau do Porto, pescado na Noruega e processado na China, cerca de 30% do que é pescado ou do que é criado vira um filé, produto nobre. Quando o restante tem alguma utilização, normalmente vira farinha de pescado, cuja matéria seca representa apenas 10% do seu peso. Ou seja, comparando-se a outras proteínas animais, temos o melhor índice de conversão alimentar, se converte mais quilo de ração para carne do que qualquer outra espécie”, explica Imai.

Ele também indicou como essa condição poderia ser melhorada: “50% do pescado do mundo vem da pesca extrativa e inúmeras são as espécies de pescado, incluindo moluscos e algas, e o consumidor final conhece, no máximo, cinco delas. São desafios interessantes e o setor do Pescado possui grandes oportunidades”.

Foto: Everton Amaro

Resultados das ideias

Todas as equipes apresentaram os resultados da metodologia para a banca avaliadora composta pelo diretor do Dempi Acelera Fiesp, Renê Rodrigues, pelo diretor titular da Divisão da Cadeia Produtiva da Pesca e da Aquicultura, Roberto Imai, pelo presidente da Abipesca, Eduardo Lobo, e pela chefe adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Pesca e Aquicultura, Licia Maria Lundstedt.

Um dos grupos trabalhou com o conceito de rastreabilidade e integração da cadeia por meio do aplicativo Rastreaqua, que foi o grande vencedor. A ideia é fornecer ao consumidor uma ferramenta transparente que mostre todo o processo produtivo.

A redução de desperdício foi o mote principal do aplicativo BioSegAqua, com foco no controle dos processos, e que também poderia servir como ponto de encontro entre empresas e produtores.

A modernização da indústria da ração foi o tema do terceiro grupo a se apresentar, que propôs a substituição da farinha de peixe por produto mais barato, por meio do aproveitamento dos resíduos.

Por fim, o quarto grupo pensou em um aplicativo que aproxime o trabalho de mulheres pescadoras do consumidor. O objetivo é minimizar a exclusão de mulheres na cadeia da pesca e promover a valorização do trabalho feminino, que pode ser feito com produtoras organizadas em cooperativismo.

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