O Isetta foi um dos carros fabricados logo depois do fim da “Segunda Guerra Mundial”, com a finalidade de ser um automóvel de baixo custo, voltado para a realidade econômica pós-guerra. Apesar de ter sido um dos veículos mais importantes da história da BMW, e ter sido fabricado em países como a Alemanha, Reino Unido e Espanha, entre outros da Europa, foi na Itália que o Isetta ganhou vida, pela empresa Iso Automotoveicoli. Mais de 50 anos depois, dois irmãos suíços anunciam que irão colocar o Microlino, um modelo inspirado no Isetta original, na linha de produção novamente. O novo carrinho já conta com 7.200 interessados e será fabricado na Itália.
Em 1952, o projeto elaborado pelo engenheiro aeronáutico Ermenegildo Preti e Pierluigi Raggi previu um carro em forma de gota de chuva, de porta única. O carro acomoda duas pessoas e é equipado com um motor monocilíndrico de dois tempos com 247 cilindradas. O primeiro Isetta atingia a velocidade máxima de 85 km/h e tinha uma média de consumo aproximada de 25 km por litro de gasolina. Com essa ficha técnica, o modelo fez sua estreia no Salão de Turim, em abril de 1953. Apesar de suas virtudes de racionalidade e de economia, sua produção teve vida curta, e o carro foi descontinuado em 1956.
Agora, o Microlino ressurge como um tipo de “Isetta do século XXI”. O protótipo foi apresentado no Salão de Genebra, na Suíça, no ano passado pela dupla de irmãos suíços Oliver e Merlin Ouboter. E, o que pode parecer uma ideia maluca para alguns, já conta com 7.200 pedidos de reserva de interessados, segundo a Agência Reuters.
Além de assumir exatamente a mesma forma que o Isetta original, o Microlino será construído com componentes pré-existentes para manter os baixos custos de produção. Seu motor elétrico, por exemplo, foi herdado de uma empilhadeira e tem 20 cv. Já as maçanetas das portas foram trazidas do Fiat 500. O carro terá autonomia de 120 quilômetros e atingirá a velocidade máxima de 90 km/h, enquanto a recarga total será feita em quatro horas a um custo de 1,5 euro (R$ 6,75), na Europa.
A construção do veículo ficará por conta da italiana Tazzari, que planeja ainda montar cinco mil deles por ano. Embora o primeiro lote anunciado seja modesto, de apenas 500 unidades. Os interessados terão que desembolsar 12 mil euros, algo como R$ 54 mil (em conversão direta) para ter um exemplar em casa. O valor é o mesmo de alguns automóveis populares novos no velho continente.