Estamos iniciando uma nova fase da duplicação da BR-163/MS, com a construção de 55 quilômetros de novas pistas. Em alguns desses trechos, teremos que suprimir núcleos de mata nativa para dar prosseguimento às obras.
A Licença para essas obras foi emitida pelo IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) e sua titularidade transferida para a CCR MSVia. Uma série de condicionantes foi estabelecida para garantir compensações ambientais pelas obras.
Uma dessas atividades é o plantio compensatório de mudas de espécies nativas. Esse trabalho já teve início com a preparação das áreas onde acontecerão os replantios. Seu objetivo é auxiliar na preservação de recursos hídricos, apoiar a estabilidade dos solos, incrementar a biodiversidade e favorecer a riqueza da fauna e da flora.
A escolha das áreas atende ao que determina a Lei e segue orientações do IBAMA e do IMASUL (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul). Vamos plantar 241 mil mudas de espécies da Mata Atlântica e do Cerrado.
A ação se desenvolve no Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema e no Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari, nas cidades sul-mato-grossenses de Ivinhema e Costa Rica. Ambos os Parques são importantes Unidades de Conservação Ambiental do Centro-Oeste.
A Concessionária é responsável pela preparação dos terrenos e pelo plantio dos exemplares. Além disso, ao longo de 36 meses após o plantio, a empresa responderá pela manutenção das plantas – como podas, limpeza e controle de ervas daninhas – e eventuais reposições.
Também iremos envolver instituições de ensino e pesquisa nos projetos de recomposição florestal.
O projeto de recomposição é fundamentado em estudo específico e prevê a utilização de espécies arbóreas de ocorrência regional, espécies ameaçadas e espécies atrativas para a fauna.
Nesse rol de espécie estão incluídas mudas de quase 300 espécies, encontradas na Mata Atlântica e do Cerrado, entre elas o Ipê Branco, o Pequizeiro, a Garapeira, o Cedro-Rosa e o Angico do Cerrado.
Em paralelo a isso, o Programa de Proteção à Flora proposto pelo IBAMA propõe o Resgate e Transplante de Germoplasma Vegetal, uma atividade importante para compensar parte da eventual perda da diversidade vegetal causada pelas obras de duplicação e melhoramentos da rodovia BR-163/MS.
O resgate (ou coleta) de germoplasma vegetal implica na obtenção de exemplares vivos da flora nativa e, a partir deles, garante identificar e cadastrar sua composição genética e favorecer sua reprodução.
O processo implica em alta tecnologia e vai permitir o envolvimento de laboratórios e centros de pesquisa de universidades da região, ampliando ainda mais a expertise dos cientistas de Mato Grosso do Sul no trato da biodiversidade.
Além disso, durante a supressão da vegetação e demais atividades das obras, são previstos impactos que podem afetar diretamente as comunidades de vertebrados silvestres. Já estão acontecendo operações de acompanhamento, salvamento e resgate da fauna. A proposta é diminuir ao máximo a mortalidade da fauna na fase de implantação do empreendimento. Em casos extremos, em que espécimes sejam perdidos no processo de resgate, haverá aproveitamento científico dos mesmos.
Ou seja, além de transformar a BR-163/MS em Rodovia da Vida, vamos colaborar decisivamente para fortalecer uma cultura de Sustentabilidade e respeito ao Meio Ambiente no eixo da estrada.
(*) Michel Klaime Filho é gestor de Meio Ambiente da CCR MSVia, formado em Engenharia Civil com especialização em Gestão Ambiental, Engenharia de Segurança do Trabalho, Produção e Qualidade.