São Paulo (SP) – O dia 15 de abril de 2019 é o marco para a consolidação de uma nova era na vela oceânica mundial. Velejadores de 19 países foram apresentados no Museu Olímpico em Lausanne, na Suíça, como os primeiros integrantes das nações que disputarão a edição inaugural da Nations Gold Cup, da Star Sailors League (SSL) em 2021. Em campanha na Classe Laser para os Jogos Tóquio 2020, o bicampeão olímpico Robert Scheidt é o primeiro integrante do time brasileiro.
Os principais velejadores em cada país, formarão tripulação única para competir contra as demais nações em barcos SSL 47 (15 metros) de alta performance, fornecidos pela organização para se assegurar que sejam rigorosamente iguais. “É um novo conceito de competição que priorizará a emoção, tanto para o público quanto para os atletas, preservando-se o espírito e a tradição da vela”, afirmou Scheidt, campeão da primeira edição da SSL Finals nas Bahamas ao lado de Bruno Prada em 2013 e atual vice-campeão com Henry Boening, o Maguila.
Designada pela World Sailing – Federação Internacional de Vela – como “Evento Especial”, a SSL Gold Cup foi concebida por alguns dos atletas mais talentosos da vela internacional em parceria com a Star Sailors League, criadora do Ranking SSL, dos Grand Slams e da SSL Finals. A SSL Gold Cup está programada para ser disputada a cada dois anos, a partir de setembro de 2021 no lago suíço de Neuchâtel.
O Brasil poderá ter nomes consagrados, como Martine Grael, filha de Torben e campeã olímpica na Rio-2016; sua parceira da Classe 49erFX, Kahena Kunze; Jorge Zarif, atual campeão mundial de Star e da SSL Finals, além de outros campeões da vela. “A ideia é genial e tem tudo para dar certo. São barcos de médio a grande porte, com igualdade de condições. Com o tempo, o formato será aperfeiçoado. A competição em 2021 servirá para indicar eventuais correções”, considerou o medalhista olímpico Lars Grael.
Os mais de 70 velejadores olímpicos que já passaram pela SSL Finals em Nassau desde 2013, formarão o núcleo de suas equipes nacionais na SSL Gold Cup. A disputa anual nas Bahamas, em dezembro, reuniu em seis edições, 17 medalhas de ouro, 16 de prata e 18 de bronze, além de campeões mundiais em diversas classes. Diferentemente da Volvo Ocean Race e da America’s Cup, na SSL God Cup os 11 integrantes de cada equipe terão obrigatoriamente a nacionalidade do país representado.
O polonês Mateusz Kusznierewicz, campeão olímpico da Classe Finn, é o diretor de esportes da SSL Gold Cup. “O conceito é muito parecido com o da Copa do Mundo de Futebol. Começa com as etapas de qualificação e depois avança para quartas de final, semifinais e final. Se funciona bem nos outros esportes, faremos o mesmo na vela, a exemplo do que já acontece na SSL Finals e nos Grand Slams”, constatou Kusznierewicz.
Emoção garantida – O formato da SSL Gold Cup prevê eliminatórias com 16 equipes cada, nas raias do centro de treinamento da SSL em Grandson, no Lago Neuchâtel. As 16 tripulações serão divididas em grupos de quatro, com a previsão de se correr até cinco regatas barla-sota (entre duas boias). As flotilhas com quatro barcos seguem o modelo bem-sucedido adotado na fase decisiva da SSL Finals.
As equipes participarão da competição conforme o desempenho recente de seus velejadores e a tradição de cada país na vela. Entre os vários eventos pré-SSL Gold Cup, os critérios seletivos atribuem peso maior aos Jogos Olímpicos de Tóquio, em julho de 2020, e à America’s Cup, em abril de 2021 na Nova Zelândia. Os países considerados emergentes disputarão as regatas classificatórias, enquanto os mais tradicionais irão diretamente para a fase final, também no Lago Neuchâtel, mas em Genebra, que receberá dezesseis tripulações, sendo oito de cada grupo.
A SSL Gold Cup está aberta às 144 nações filiadas à World Sailing. Para amenizar o desequilíbrio entre os países náuticos desenvolvidos e os emergentes, a SSL dividiu o mundo em três zonas: Europa, África-Américas e Oceania-Ásia. As inscrições para cada rodada classificatória incluirão 50% de equipes da Europa, 25% da África-Américas e outros 25% da Oceania-Ásia.
A seleção dos onze velejadores de cada país será rigorosamente controlada, conforme as exigências do Comitê Olímpico Internacional em relação à nacionalidade de cada atleta. O capitão poderá ou não embarcar para as regatas. Suas responsabilidades são: gerenciar e coordenar a equipe, atuar como embaixador do país e administrar as finanças da campanha. O capitão apontará cinco velejadores de sua confiança. Os demais serão definidos pelo Ranking da Star Sailors League.
As nações e seus primeiros representantes:
BRASIL – Robert Scheidt
CANADÁ – Richard Clarke
CROÁCIA – Igor Marenič e Sime Fantela
ESTÔNIA – Tõnu Tõniste, Tommas Tõniste e Andrus Poksi
ALEMANHA – Frithjof Kleenm, Jochen Schümann e Philipp Buhl
GRÃ BRETANHA – Matthew Cornwell e Ian Williams
GRÉCIA – Sofia Bekatorou e Michail Pateniotis
HUNGRIA – Zsombor Berecz
ITÁLIA – Vasco Vascotto e Francesco Bruni
HOLANDA – Roy Heiner
NORUEGA – Eivind Melleby
POLÔNIA – Mateusz Kusznierewicz
PORTUGAL – João Rodrigues e Afonso Dominguez
ESLOVÉNIA – Vasilij Žbogar
ESPANHA – Roberto Bermudez e Luis Doreste
SUÉCIA – Freddy Lööf
SUÍÇA – Eric Monnin
TURQUIA – Aliçan Keynar
ESTADOS UNIDOS – Paul Cayard