Fazendo jus à condição de integrante do governo golpista, o sinistro da “Curtura”, ex-comunista Roberto “Traíra” Freire, demonstrou total falta de perfil para o cargo: na ânsia de demonstrar o servilismo a um governo de destituídos de propósitos republicanos (e, sobretudo, de respeito à soberania nacional e popular), perdeu a compostura num ato solene de entrega do Prêmio Camões, uma das maiores demonstrações de reconhecimento do governo de Portugal (em que o Brasil participa com apenas 15% do montante) a personalidades da cultura lusobrasileira, quando o brilhante e irreverente romancista e intelectual brasileiro de vanguarda Raduan Nassar chamou a atenção para os tempos tenebrosos do (des)governo golpista Temer, como poderão ver a partir dos 13 minutos e 24 segundos do vídeo deste link (<http://www.youtube.com/watch?v=cwoKPYc0a9Y>), do noticiário da TVT, pelo YouTube.
Vergonha! Essa é a verdadeira face daquele que diz ter sido o primeiro candidato a presidente do PCB, em 1989, por conta do qual, no primeiro turno, deixamos de apoiar o Lula ou os saudosos Ulysses e Brizola, por acreditarmos se tratar de um representante do “partido da classe trabalhadora” (quando, na verdade, sempre foi um serviçal da burguesia — lúmpen, parasita — do Brasil e da banca internacional, para a qual sempre fez o jogo de Judas Iscariotes, Joaquim Silvério dos Reis, Cabo Anselmo, Aloysio Nicomedes, que entregou Marighela aos paramilitares da tortura e saiu incólume do fusquinha alvejado por todos os lados)…
A seguir, a íntegra da fala do escritor Raduan Nassar, um verdadeiro libelo libertário. Alvíssaras, há vida inteligente, integridade e altivez!
Discurso de Raduan Nassar, ontem, dia 17/02/2017, e que a TV Bobo debochou:
Com a palavra, Raduan:
DISCURSO DE RADUAN NASSAR: O STF E A LAMA DO GOVERNO GOLPISTA TEMER-PSDB
Tempos sombrios. O STF e a lama do governo Temer
Discurso de Raduan Nassar ao receber o Premio Camões
“Infelizmente, nada é tão azul no nosso Brasil.
Vivemos tempos sombrios, muito sombrios: invasão na sede do Partido dos Trabalhadores em São Paulo; invasão na Escola Nacional Florestan Fernandes; invasão nas escolas de ensino médio em muitos estados; a prisão de Guilherme Boulos, membro da Coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto; violência contra a oposição democrática ao manifestar-se na rua. Episódios todos perpetrados por Alexandre de Moraes.
Com curriculum mais amplo de truculência, Moraes propiciou também, por omissão, as tragédias nos presídios de Manaus e Roraima. Prima inclusive por uma incontinência verbal assustadora, de um partidarismo exacerbado, há vídeo, atestando a virulência da sua fala. E é esta figura exótica a indicada agora para o Supremo Tribunal Federal.
Os fatos mencionados configuram por extensão todo um governo repressor: contra o trabalhador, contra aposentadorias criteriosas, contra universidades federais de ensino gratuito, contra a diplomacia ativa e altiva de Celso Amorim. Governo atrelado por sinal ao neoliberalismo com sua escandalosa concentração da riqueza, o que vem desgraçando os pobres do mundo inteiro.
Mesmo de exceção, o governo que está aí foi posto, e continua amparado pelo Ministério Público e, de resto, pelo Supremo Tribunal Federal.
Prova da sustentação do governo em exercício aconteceu há três dias, quando o ministro Celso de Mello, com suas intervenções enfadonhas, acolheu o pleito de Moreira Franco. Citado 34 vezes numa única delação, o ministro Celso de Mello garantiu, com foro privilegiado, a blindagem ao alcunhado “Angorá”. E acrescentou um elogio superlativo a um de seus pares, o ministro Gilmar Mendes, por ter barrado Lula para a Casa Civil, no governo Dilma. Dois pesos e duas medidas
É esse o Supremo que temos, ressalvadas poucas exceções. Coerente com seu passado à época do regime militar, o mesmo Supremo propiciou a reversão da nossa democracia: não impediu que Eduardo Cunha, então presidente da Câmara dos Deputados e réu na Corte, instaurasse o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Íntegra, eleita pelo voto popular, Dilma foi afastada definitivamente no Senado.
O golpe estava consumado!
Não há como ficar calado.
Obrigado”