Campo Grande (MS) – A segunda Rodada de Negócios do Artesanato que aconteceu na manhã desta terça-feira (30.08.2022) no Sebrae-MS interessou tanto aos artesãos mais experientes quanto àqueles que decidiram participar pela primeira vez.
Luzia Aquino, da etnia Kaiowá, a Luzia do Chapéu, participa pela primeira vez de uma rodada de negócios e tem a expectativa de aumento nas vendas. Ela mora em Caarapó e produz os chapéus de taboa, são trançados e costurados. Os preços dos chapéus variam de acordo com o tamanho, de R$ 25 a R$ 78, para pescaria, chapéu social. Ela foi convidada pela Associação de Artesãos de Caarapó para participar.
Eliane Torres, coordenadora da Casa do Artesão, participa pela primeira vez da rodada com uma pequena amostra do que é vendido na Casa. “A expectativa é das melhores, estou convidando o pessoal para ir até à Casa do Artesão porque lá tem mais mercadorias de outros artesãos. Já vendi bastante hoje para três lojistas e a expectativa é de muito sucesso”.
Leslie Gaffuri, artesã experiente, já participou de várias Rodadas de Negócios, diz que, como sempre, as rodadas de negócios são muito boas e o contato direto com o lojista faz com que o artesão tenha uma venda permanente: “Você vende hoje, você vende no futuro, esta ligação é muito importante. A gente tem muito o que agradecer à Fundação de Cultura e ao Sebrae, que nos apoia nesta rodada de negócios”.
Como artesã experiente, Leslie dá o seguinte conselho para quem está participando pela primeira vez: “Ouça o cliente, entende o que ele pede. O artesão tem que estar sempre se melhorando, capacitando, vendo o que o mercado pede. Esta Rodada é maravilhosa, é uma experiência de você estar com o seu cliente, ouvindo ele”.
Os lojistas que cuidam da loja do Museu de Arte de São Paulo (Masp), Camila Gomes Mendes e Alexsandro Silva da Câmara participaram pela primeira vez antes da pandemia e voltaram porque gostaram do artesanato sul-mato-grossense: “Em 2019 a gente veio numa expedição também a convite da Fundação de Cultura e do Sebrae, e a gente estar aqui em 2022 é um sinal positivo de que lá atrás já tinha dado certo. Então tem muita coisa que a gente nunca tinha tido na loja, Ana Vitorino por exemplo, peça do povo indígena kadwéu que a gente viu lá atrás, a gente veio buscando isso. Então já é um artesanato que interessa a loja do museu, cai bem no nosso projeto comercial. A gente tem parceiros fixos, a Lucimar, por exemplo, e os bichinhos que são um sucesso lá na loja, a experiência é sempre boa”, diz Alexsandro.
A gerente de Desenvolvimento de Atividades Artesanais da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Katienka Klain, explica que nesta Rodada de Negócios a Fundação de Cultura e o Sebrae-MS aproximam os artesãos de Mato Grosso do Sul com vários lojistas do Brasil. “Nós estamos já com dez lojistas que realizaram uma expedição de negócios, fizeram compras no interior do Estado, em Jardim, Bonito, Aquidauana, Miranda e Corumbá, aproveitaram o Festival de Inverno de Bonito para conhecer a Feira que acontece durante o Festival, e eles finalizam aqui em Campo Grande com esta Rodada. Como Campo Grande tem um número grande de artesãos, a gente faz esta rodada, convida os artesãos de Campo Grande e os lojistas para realizar as compras e também fechar futuros negócios. Um dos objetivos é criar esta questão do Networking, no futuro, com os lojistas do Brasil com os artesãos de MS”.
Para Katienka, a importância da Rodada de Negócios para o artesão é que ele cria essa relação direta com o lojista. “O artesão tem essa questão de poder continuar gerando negócios durante o ano inteiro. Os lojistas vêm, conhecem as peças, e como a loja de artesanato é uma loja que permanentemente está aberta, eles conseguem criar esta relação de negócio por um bom tempo. Pode até ser que o artesão não feche uma venda grande com o lojista, mas se tem o contato sempre vai ter pedido”.