Saiba como reconhecer os sintomas do diabetes tipo 2

A doença de origem metabólica pode ser assintomática, mas o organismo também costuma dar indícios de que há algo errado¹.

Foto: Divulgação

São Paulo (SP) – Apesar de ser uma das doenças crônicas mais comuns no mundo, o desconhecimento sobre o diabetes tipo 2 ainda é um dos principais empecilhos para o controle desta epidemia, que acomete 425 milhões de pessoas no mundo, sendo 14 milhões somente no Brasil1,2. Além de 50% dos diabéticos não saberem que sofrem com a patologia, segundo o Atlas 2017 do IDF (International Diabetes Foundation), os pacientes não só negligenciam a condição, como não reconhecem suas consequências, que podem ser fatais².

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte nas pessoas com diabetes tipo 2, e matam mais, inclusive, do que o HIV, a tuberculose e o câncer de mama juntos³. “Os pacientes ainda associam a condição com perda de visão, amputação de membros inferiores, insuficiência renal e desconhecem ou esquecem que o diabetes tipo 2 aumenta de 2 a 4 vezes as chances de infarto ou AVC (Acidente Vascular Cerebral)³”, destaca o endocrinologista Luiz Turatti, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes.

Há ainda outro fator comprometedor em relação à patologia: o diabetes tipo 2, que representa 90% dos casos da doença no mundo, se desenvolve lentamente ao longo dos anos, sendo que nem sempre o paciente apresenta sintomas³. “Por ser uma doença silenciosa, o diagnóstico pode ser tardio, e, como acontece em todas as doenças, sabemos que o quanto antes iniciarmos o tratamento, melhores serão os resultados e menores as consequências negativas para o organismo²,³”, alerta o médico.

Mais incidente em pessoas acima dos 45 anos, embora atinja todas as idades e ambos os sexos, o diabetes tipo 2 costuma acometer quem já tem histórico da doença na família, envolvendo assim fatores genéticos³. Entre outros indícios relacionados à condição estão a obesidade (principalmente quando ocorre acúmulo de gordura abdominal), o sedentarismo e o próprio envelhecimento, afinal, ao longo dos anos ocorre um processo natural que ocasiona um declínio gradual de algumas funções do organismo³.

Porém, segundo o Dr. Turatti, existem outros sintomas relacionados ao diabetes tipo 2 que podem sinalizar algo errado³. “O sentir-se cansado durante o dia, principalmente após as refeições, a sensação de fome constante – ainda mais após encerrar a refeição, urinar de forma mais recorrente do que o normal – particularmente à noite, sede excessiva, visão embaçada, coceiras na pele, má cicatrização, infecções recorrentes, além de perda ou ganho de peso sem causas aparentes e redução de massa muscular³”, lista o especialista.

Para o médico, o diabetes tipo 2 poderia ser controlado, se as pessoas se conscientizassem sobre a gravidade da doença e adotassem práticas preventivas que requerem basicamente mudança no estilo de vida³. “O ideal seria que as pessoas seguissem dietas balanceadas, ricas em vegetais, fibras e consumissem menos alimentos industrializados. A prática regular de atividades físicas é outra maneira de prevenir e controlar a doença, inclusive faz parte do tratamento¹,²“, esclarece.

Diferentemente do diabetes tipo 1, um defeito imunológico, o diabetes tipo 2 é adquirido e acontece em razão da resistência aos efeitos da insulina, a forma com que o organismo metaboliza a glicose, principal fonte de energia do corpo, acaba sendo alterada³. O diabetes tipo 2 também pode estar relacionado a quantidade insuficiente de insulina produzida pelo organismo³.

Os check-ups anuais também são essenciais, já que ajudam na detecção do diabetes tipo 2 e de outras doenças³. Um exame de sangue simples pode revelar a condição, uma vez que são checadas alterações nas taxas de glicemia³.

Fora as mudanças de hábitos de vida, em alguns casos, o tratamento do diabetes tipo 2 envolve a prescrição de medicamentos que auxiliam no controle das taxas de glicemia no sangue¹,³. Existem hoje diferentes tipos de opções terapêuticas, que evoluíram significativamente nos últimos anos³. “Cabe ao médico, juntamente com o paciente, estabelecer o melhor tratamento, aquele que se adapta a cada caso. Essas drogas auxiliam o pâncreas a produzir mais insulina, diminuindo a absorção de carboidratos e aumentando à ação do hormônio no organismo³”, explica o Dr. Turatti.

Alguns medicamentos trazem mais benefícios do que outros, dependendo da condição de cada paciente³. A empagliflozina, por exemplo, não só ajuda no controle das taxas glicêmicas como possui efeito cardioprotetor4,5. O medicamento faz parte da classe dos inibidores de SGLT-2, uma proteína transportadora que atua na reabsorção de glicose filtrada pelo rim, o medicamento remove o excesso de açúcar que seria reabsorvido pelo rim, permitindo a eliminação de cerca de 78 gramas de glicose, equivalente a 312 calorias eliminadas diariamente7,8. Como benefícios adicionais, a empagliflozina auxilia na redução de peso e circunferência abdominal, além de redução da pressão arterial4,5. E, conforme demonstrado no estudo EMPA-REG OUTCOME, a empagliflozina comprovou redução de 38% do risco relativo de morte cardiovascular em pacientes com alto risco cardiovascular, principal causa de morte nos pacientes com diabetes tipo 24,5,6.

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