O projeto Sarau em Casa recebe nesta terça, 8 de dezembro, às 21h, o músico norte-americano Vini De Vici. Promovida pela Casa Com a Música em parceria com o Sindicato Nacional dos Compositores Musicais, a ação tem o propósito de abrir espaço para a diversidade e riqueza das manifestações artísticas e é uma extensão online do evento Sarau ComVida, paralisado por causa da pandemia de Covid-19.
Nascido em Minneapolis, no estado de Minnesota, Vici tocou em várias bandas de rock e participou de diversas jams de blues e jazz, que moldaram o seu estilo. Após 10 anos na estrada pelos Estados Unidos, partiu para Madrid, na Espanha, em especial, para estudar o violão flamenco. Sofreu com o preconceito, mas aprendeu novas técnicas e ritmos a partir de um mergulho na cultura do país. “Sentir a vibração que emana da terra e das pessoas”, conta.
Após seu retorno aos Estados Unidos, ele começou sua peregrinação musical pelas Américas. Com o violão nas mãos e um pouco de espanhol para melhorar, procurou a cultura popular das regiões de cada país por onde passava. Inúmeras experiências e conexões profundas através da música foram vividas do México à Argentina, tocando nas ruas e em bares. Depois de muitos quilômetros percorridos, chegou ao Brasil.
O Rio de Janeiro foi a primeira parada, tendo sido acolhido por alguns grandes mestres da Capoeira e sambistas experientes que o convidaram a tocar em rodas de samba pela cidade.
Passou a agregar o ritmo brasileiro ao espírito da sua produção, estudou o chorinho e os seis meses previstos para ficar na Cidade Maravilhosa viraram três anos e dois discos gravados, “Vini de Vici” e “Vini de Vici 2”, com Mestre Duda Pirata na percussão e Tuninho Villas na direção, no estúdio do Sindicato Nacional dos Compositores Musicais (SNCM), na Lapa. A partir daí, o Nordeste entrou na rota do artista.
Em Olinda, Pernambuco, descreve a experiência como um bombardeamento instantâneo de uma rica cultura: frevo, maracatu, coco de raiz, cavalo marinho, ciranda, afoxé, boi, baião, xote, forro, os repentistas, a poesia do vale do Pajeú, o coco de Arcoverde, a ciranda de Itamaracá, os pifanos de Caruaru, o toré do Xucuru de Oruroba, entre outras manifestações. Subindo o litoral cearense ao paraíso de Jericoacoara e Sambaíba, conheceu nomes como Arismar do Espírito Santo, Clebão Almeida, Jota P e François da Lima, entre outros, que participavam de um festival de choro e jazz na região. “Foi uma experiência bem profunda, enraizando o suingue e a harmonia brasileiros como nunca”, recorda.
Subindo pelos Lençóis Maranhenses, Atins e Barreirinhas até a Ilha do Amor, São Luís, conheceu todas as variações do Bumba meu Boi e do tambor de crioula. De Alcântara e Pinheiro até o Pará, a terra do Carimbó, Marapanim, a Ilha de Algodoal, Fortelezinha, Bragança, Santarém Novo, a Ilha de Marajó, de Belém a Santarém e o Sairé de Alter do Chão, passou ainda pela Bahia, onde viu o candomblé de Cachoeira, os afoxés e trios elétricos de Salvador, até voltar ao Rio de Janeiro para gravar o seu terceiro disco, também no SNCM, influenciado por toda diversidade de manifestações vivida em solo brasileiro.
Sarau em Casa
O Sarau em Casa realiza lives semanais com o propósito de abrir espaço para a diversidade e riqueza das manifestações artísticas, além abordar temas relevantes para a cultura. É uma extensão online do evento Sarau ComVida, paralisado por causa da pandemia de Covid-19. Desde 2019, o Sarau ComVida abriu espaço para mais de 200 artistas mostrarem seus trabalhos, de nomes de peso da música brasileira, como Robertinho Silva, Jane Duboc, Carlos Dafé, Azymuth, Kiko Continentino, Renato Piau, Mauro Senise e Reppolho, à nova geração, como Abufela, Beraderos, Luciane Dom, Chelle, Muato, Nana Kozak, Lílian Bonard e Soul Guanabara.
Ao longo da transmissão, o público poderá participar com perguntas e comentários, além de fazer contribuições conscientes por meio do “Chapéu Virtual” para manutenção e as ações sociais da Casa Com a Música e o SNCM. Para assistir, acesse www.facebook.com/casacomamusica ou www.instagram.com/casacomamusica