Segundo dados do INEP/MEC, dos 9,4 milhões de alunos matriculados no ensino superior nos últimos dez anos (2012-2022), 79 mil apresentam necessidades especiais, o que representa cerca de 0,8% do total. Já no contexto pós-pandemia, mais um dado chama a atenção das instituições de ensino: o aumento significativo de estudantes universitários com problemas de saúde mental. Um estudo da Organização Mundial da Saúde apontou que 35% dos alunos de diversos países apresentam sintomas de ansiedade ou depressão, no Brasil, esse número pode chegar a 48%.
Foto: Gisele Bertinato/FACAMP
Entre os desafios enfrentados pelas instituições de ensino superior para lidar com essas questões, estão a criação de estratégias para superar as barreiras no ensino e, ao mesmo tempo, capacitar professores e profissionais para auxiliar os estudantes e identificar os sinais de atenção. A FACAMP – instituição localizada em Campinas, referência em formação para a área de negócios, criou o GAIA (Grupo de Acolhimento, Inclusão e Apoio Psicopedagógico), com o objetivo de promover um ambiente acadêmico inclusivo, livre de assédio e discriminação e adaptável às necessidades especiais de estudantes neurodiversos.
“O Programa é constituído por um conjunto de ações e atividades voltadas para o atendimento de estudantes com necessidades educacionais especiais, entre elas as pessoas portadoras de algum tipo de deficiência e estudantes com desafios de aprendizagem”, explica a professora Adriana Duarte, coordenadora do GAIA. “O objetivo é garantir a acessibilidade aos ambientes e às atividades acadêmicas, condição necessária para sua formação”.
Etapas do atendimento ao estudante
A instituição formulou um guia para suporte e distribuição da informação para toda a comunidade (docentes, discentes, funcionários, direção e famílias), assim como dos procedimentos a serem tomados quando é identificada a necessidade de intervenção com algum estudante. Além da oferta de acolhimento psicológico para todos os estudantes da instituição, por meio do plantão de carreiras e oficinas de saúde mental, há a capacitação dos professores e funcionários para a prevenção do assédio moral e sexual, o bullying e a discriminação racial e de gênero – tanto para a identificação, quanto para o direcionamento do tratamento em cada caso.
“Buscamos uma sociedade inclusiva, respeitosa e tolerante e sabemos que as grandes mudanças ocorrem através de pequenas ações no dia a dia. É papel das instituições de ensino superior ter como responsabilidade fomentar essa conscientização para os temas relevantes à sociedade”, comenta o professor Rodrigo Sabbatini, diretor acadêmico da FACAMP. “Com a criação do GAIA consolidamos essa prática de respeito à diversidade e o compromisso em formar cidadãos ativos e conscientes”, completa.
O Guia está disponível também para download no site.
