São Paulo (SP) – O velejador brasileiro Robert Scheidt iniciou sua participação no 2021 ILCA Vilamoura European Continental Qualification em grande estilo. Na tarde desta segunda-feira (19), em Portugal, o bicampeão olímpico cruzou a linha de chegada em segundo lugar na classe Laser nas duas regatas iniciais da última competição oficial antes dos Jogos de Tóquio. Nesta terça-feira (20), ele volta à água para mais duas corridas do campeonato que termina no sábado (24).
Na fase de classificação do 2021 ILCA Vilamoura European Continental Qualification, a flotilha foi dividida em dois grupos, com 60 barcos cada um. Scheidt está no azul e, nesta segunda-feira, o brasileiro só não foi mais veloz que o finlandês Kaarle Tapper, na primeira regata, e o croata Tonci Stipanović na segunda. Com os resultados do duplo segundo lugar, Robert assegurou a liderança da competição, com 4 pontos perdidos na classificação geral. O russo Maxim Nikolaev aparece na vice-liderança, com 5pp, após uma segunda e terceira colocações nas provas desta segunda.
Com vagas ainda em jogo para Tóquio entre os velejadores europeus, o nível em Vilamoura é do padrão de um campeonato continental. “Tive um dia bom e aproveitei as oportunidades que surgiram nas regatas. Ventou bem na primeira regata, entre 16 a 17 nós. Fiz boa largada, montei a primeira boia em terceiro e cheguei em segundo. A segunda prova foi mais complicada. O vento mudou, foi para terra e ficou bem oscilante. Não fiz uma primeira parte muito boa, mas, com velocidade e decisões acertadas, recuperei de 13° para segundo. Agora é descansar e ir com tudo para amanhã. Teremos mais cinco dias bem duros pela frente. Fico feliz com o resultado, mas o importante é seguir evoluindo com foco na Olimpíada”, explicou o maior medalhista olímpico do Brasil, com cinco pódios, patrocinado pelo Banco do Brasil e Rolex e que conta com o apoio do COB e CBVela.
Bons resultados em 2021 – Em sua última competição antes de Vilamoura, no mês de março, Robert Scheidt conquistou o título da ILCA Coach Regatta Lanzarote, na Marina Rubicón, em Playa Blanca, no litoral do arquipélago das Ilhas Canárias, na Espanha. A vitória no campeonato promovido pelos treinadores veio após completar seis das oito regatas entre os top cinco. O título não foi seu primeiro pódio em 2021 nas Ilhas Canárias. Na primeira competição do ano olímpico, Scheidt conquistou o vice-campeonato no Lanzarote Winter Series, em fevereiro.
Recorde olímpico – Com vaga garantida na classe Laser para os Jogos do Japão, Robert Scheidt, que completou 48 anos na semana passada (dia 15 de abril), está prestes a disputar o maior evento esportivo do planeta pela sétima vez, um recorde entre os atletas brasileiros.
Scheidt retornou à classe Laser em 2019, após quase três anos ausente, desde os Jogos do Rio/2016, onde terminou na quarta colocação, mesmo vencendo a medal race. Nesse período de readaptação às novas técnicas e nova mastreação, cumpriu seu objetivo principal, que foi o índice para Tóquio, com o 12° lugar no Campeonato Mundial da Classe Laser 2019, em Sakaiminato, no Japão. Ele confirmou a vaga no Mundial da Austrália, em fevereiro de 2020, quando chegou à flotilha ouro e foi o melhor brasileiro na disputa.
Maior atleta olímpico brasileiro – Em março de 2020, foi eleito o maior atleta olímpico do Brasil, em votação coordenada pela Rede Globo com os maiores medalhistas olímpicos do País. Na comemoração dos 100 anos de história do Brasil nos Jogos Olímpicos, no início de agosto deste ano, ficou em segundo lugar em votação de 100 jornalistas, atrás apenas de Adhemar Ferreira da Silva e à frente de Joaquim Cruz, seus ídolos que muito o inspiram.
Cinco medalhas:
Ouro: Atlanta/96 e Atenas/2004 (ambas na Classe Laser)
Prata: Sidney/2000 (Laser) e Pequim/2008 (Star)
Bronze: Londres/2012 (Star)
181 títulos – 89 internacionais e 92 nacionais
Laser
– Onze títulos mundiais – 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013
*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt
– Três medalhas olímpicas – ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000
– Na Olimpíada Rio 2016, terminou em quando lugar, vencendo a medal race, televisionada para o mundo todo.
Star
– Três títulos mundiais – 2007, 2011 e 2012*
*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe
– Duas medalhas olímpicas – prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012
– Integrante fundador da Star Sailors League, um circuito global de competições em franca ascensão, como uma ATP da vela, com ampla cobertura midiática. Scheidt foi o campeão da primeira edição, em 2013, ao lado de Bruno Prada, e vice-campeão em 2017 e 2018, com Henry Boenning.