São Paulo (SP) – Classificado para os Jogos Olímpicos de 2020 na Classe Laser, Robert Scheidt inicia a disputa do Ready Steady Tokyo, evento teste para a Olimpíada, a partir deste sábado (17), em Enoshima, no Japão. Além de fazer o reconhecimento da raia onde a maior competição poliesportiva do planeta será disputada no próximo ano, o velejador brasileiro trabalha para evoluir seu nível técnico e competitivo para lutar por um lugar no top 10 da competição que termina na próxima quinta-feira (22).
“Fiz quatro dias excelentes de treinos no Japão e deu para perceber que aqui em Enoshima tem bastante onda forte. Os principais nomes chegaram e treinamos em alto nível. Tivemos que interromper a preparação nos dois últimos dias por conta da entrada de um tufão. O objetivo é melhorar minha performance em relação ao mundial e chegar entre os dez melhores. Espero conseguir. Venho evoluindo, mas sei que não será fácil”, explica o bicampeão olímpico, que foi 12° colocado no Campeonato Mundial de 2019, em Sakaiminato, no Japão.
O evento teste para será a quarta grande competição de Scheidt em seu retorno à classe Laser, após cerca de dois anos afastado. “O mais importante da disputa em Enoshima está no fato de ser uma simulação para os Jogos de Tóquio, um ano antes. A função principal é ter a oportunidade de aprender como se preparar para a Olimpíada, mas, claro, conseguir uma boa participação e brigar por resultados é um diferencial para dar mais confiança”, afirma o atleta, que é patrocinado por Banco do Brasil e Rolex e conta com o apoio do COB e CBVela.
Quase lá – Robert fez história ao garantir índice para os Jogos de Tóquio/2020. A vaga veio com o 12° lugar no Campeonato Mundial da Classe Laser 2019, em Sakaiminato, no Japão, dia 9 de julho. Com o passaporte para o Japão carimbado, ele está prestes a se tornar o recordista brasileiro em participações em Olimpíadas, com sete no currículo. Ele já é o maior medalhista do País, com cinco pódios.
“Cumprir o índice da CBVela e do Comitê Olímpico Brasileiro e estar elegível para a equipe do Brasil que vai competir em Tóquio, em 2020, é um motivo a mais para trabalhar, pois o Mundial mostrou que, para atingir o objetivo de andar entre os top 5 e chegar ao top 3, ainda existem detalhes da minha velejada que preciso aprimorar. Esse vai ser o foco para os próximos meses”, comenta Scheidt, que está classificado e muito perto de disputar a sétima olimpíada, mas ainda precisará esperar até a convocação.
De acordo com o critério estabelecido pelo Conselho Técnico da Vela (CTV) e ratificado pela Confederação Brasileira de Vela (CBVela), o bicampeão olímpico só perde a vaga se outro atleta do Brasil for medalhista no Evento-Teste de Enoshima – onde é o único velejador brasileiro na Classe Laser – ou subir ao pódio no Mundial da Laser em 2020. “Vou competir na raia olímpica com objetivo de ratificar a vaga e buscar evolução para estar em condições de brigar por medalha em Tóquio”, garante Robert.
Maior atleta olímpico brasileiro
Cinco medalhas:
Ouro: Atlanta/96 e Atenas/2004 (ambas na Classe Laser)
Prata: Sidney/2000 (Laser) e Pequim/2008 (Star)
Bronze: Londres/2012 (Star)
181 títulos – 89 internacionais e 92 nacionais, incluindo a Semana Internacional do Rio, o Campeonato Brasileiro de Laser e a etapa de Miami da Copa do Mundo, todos em 2016. Em novembro de 2017, pela Star, conquistou a Taça Royal Thames e, neste domingo, o Europeu de Star.
Laser
– Onze títulos mundiais – 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013
*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt
– Três medalhas olímpicas – ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000
Star
– Três títulos mundiais – 2007, 2011 e 2012*
*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe
– Duas medalhas olímpicas – prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012