São Paulo (SP) – Robert Scheidt está em Hyères, onde, a partir de segunda-feira (29), inicia a disputa da Semana Olímpica de Vela da França. Será a segunda competição do bicampeão olímpico na sua jornada em busca da classificação na Classe Laser para os Jogos de Tóquio, em 2020. “Cheguei na quinta-feira (25) e a ideia é treinar nesta sexta (26) e sábado (27). Já me sinto mais preparado e estou bastante animado e confiante em conseguir boas velejadas”, conta.
Scheidt volta a competir menos de um mês após seu retorno às grandes competições. Dia 5 de abril, ele encerrava sua participação no 50º Troféu Princesa Sofia, em Palma de Mallorca, na Espanha. A avaliação foi positiva, pois, com apenas dois meses de treino e mais de dois anos afastado de importantes disputas na Classe Laser, ficou a apenas 12 pontos perdidos da medal race. Agora, vai colocar seu barco nas águas francesas com mais tempo de preparação.
“Foi muito bom ter ido para Palma. Me fez evoluir bastante. Depois da competição na Espanha, também diz bons treinos em casa (no Lago Di Garda, na Itália). Com isso, estou bem animado”, explica o maior medalhista olímpico da história do Brasil, com cinco pódios, que tem patrocínio do Banco do Brasil e Rolex e apoio do COB e CBVela. “Vamos ver se consigo melhorar o resultado em relação ao Princesa Sofia. Mas sei que será uma disputa dura. A flotilha está bastante forte. Vamos ter velejadores da Austrália e Nova Zelândia. Serão 150 a 160 barcos na água, com previsão de vento forte”, completa.
Após, Hyères, a programação de Scheidt na escalada rumo a Tóquio/2020 vai incluir mais treinos físicos e técnicos na Itália até julho, quando, a partir do dia 3, disputa o Campeonato Mundial na Classe Laser, que será na mesma raia onde serão realizadas as regatas da Olimpíada do Japão. “Cuidar bem da parte física e tomar cuidado com o risco de lesões são fatores importantes. Tenho bastante cautela com o volume de treino, buscando mais a qualidade que a quantidade e respeitando o tempo de repouso”, avalia o velejador, que fez 46 anos no último dia 15 e terá 47 anos no período dos Jogos. “Se por um lado enfrento atletas mais jovens, tenho a experiência a meu favor. Uma campanha olímpica envolve muita pressão. E já ter passado por isso muitas vezes é um fator que me ajuda.”
Retorno à classe olímpica – O Troféu Princesa Sofia e a Semana de Vela de Hyères são os primeiros grandes testes para Scheidt após decidir fazer campanha para a Olimpíada de Tóquio, em 2020, há pouco mais de três meses. O bicampeão olímpico busca a sexta medalha olímpica, a quarta na classe Laser, na qual acumula os ouros em Atlanta/1996 e Atenas/2004 e uma prata (Sidney/2000). Se conseguir a classificação, Scheidt será o recordista brasileiro em participações em Olimpíadas, com sete no currículo.
Maior atleta olímpico brasileiro
Cinco medalhas:
Ouro: Atlanta/96 e Atenas/2004 (ambas na classe Laser)
Prata: Sidney/2000 (Laser) e Pequim/2008 (Star)
Bronze: Londres/2012 (Star)
180 títulos – 88 internacionais e 92 nacionais, incluindo a Semana Internacional do Rio, o Campeonato Brasileiro de Laser e a etapa de Miami da Copa do Mundo, todos em 2016. Em novembro de 2017, pela Star, conquistou a Taça Royal Thames e, neste domingo, o Paulista de Star.
Laser
– Onze títulos mundiais – 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013
*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt
– Três medalhas olímpicas – ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000
Star
– Três títulos mundiais – 2007, 2011 e 2012*
*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe
– Duas medalhas olímpicas – prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012