Scheidt sobe para 5° lugar e inicia disputa da flotilha ouro do Mundial neste domingo (7)

Bicampeão olímpico segue velejando de forma consistente em Sakaiminato, no Japão. Agora encara a fase final do campeonato e fica mais perto de garantir a classificação para representar o Brasil na classe Laser dos Jogos de Tóquio/2020

São Paulo (SP) – Robert Scheidt segue velejando de forma consistente no Japão. Na madrugada deste domingo (7) – pelo horário de Brasília – ele inicia as regatas da flotilha ouro do Mundial da Classe Laser. A classificação para a fase final veio após mais um dia de bons resultados. Neste sábado (6), em Sakaiminato, o bicampeão olímpico cruzou a linha de chegada em 5° e 2° lugares, para subir da 7ª para a 5ª posição na classificação geral. Além de seguir na luta pelo título, ele está mais perto na vaga para representar o Brasil nos Jogos de Tóquio/2020.

“Foi mais um dia bom aqui em Sakaiminato. O vento continuou forte, na casa dos 18 nós, e mar com muita onda, o que gera uma disputa bem exigente fisicamente. Consegui velejar bem nas duas regatas, sendo consistente, o que me deixa bem feliz com essa atuação, tanto de hoje (sábado) como de ontem (sexta-feira). Agora começa a fase ouro, com mais seis provas. Vou tentar continuar em um ritmo bom, pois agora as coisas ficam mais complicadas. Os scores devem ser mais altos, as largadas mais difíceis, mas vou dar tudo para lutar pelo pódio e pela vaga na Olimpíada”, relatou Scheidt, que é patrocinado por Banco do Brasil e Rolex e conta com o apoio do COB e CBVela.

Robert segue no top 5 no Japão (Junichi Hirai/Bulkhead Magazine Japan)

Para garantir o direito de representar o Brasil em sua sétima Olimpíada, Scheidt precisa terminar entre os 18 melhores do Mundial, além de ser o brasileiro mais bem colocado na disputa. Nesse duelo particular, ele leva grande vantagem. Após os resultados do terceiro dia, Robert segue bem à frente dos outros três conterrâneos que estão no Japão. Com a 5ª colocação na classificação geral, com 17 pontos perdidos, a diferença do bicampeão olímpico é de 23 posições em relação a Bruno Fontes (28ª posição no geral, com 57 pontos perdidos), de 33 para João Pedro Souto de Oliveira (38° lugar, com 68pp); e de 69 diante de Philipp Grochtmann (74°, com 133pp).

O Mundial do Japão começou com 160 barcos de 58 países. Após o terceiro dia de disputas em Sakaiminato, Scheidt segue mostrando uma de suas maiores qualidades: a regularidade. Após uma estreia irregular, na quinta-feira (4), quando oscilou entre um 27° na regata inicial para chegar em terceiro na sequência, o experiente velejador brasileiro garantiu o top 5 nas duas disputas da sexta, com um 4° e um 3°. No sábado, se manteve entre os cinco mais velozes, com o 5ª e a 2ª posições.
Se carimbar o passaporte parta Tóquio/2020, Robert será o recordista brasileiro em participações em Olimpíadas, com sete no currículo, e irá em busca da sexta medalha, a quarta na Classe Laser, na qual acumula os ouros em Atlanta/1996 e Atenas/2004 e uma prata (Sidney/2000).

Regras – De acordo com o critério estabelecido pelo Conselho Técnico da Vela (CTV) e ratificado pela Confederação Brasileira de Vela (CBVela), a definição do representante nacional na classe Laser é uma disputa direta, com linha de corte definida. Ou seja, para se classificar, o velejador deve ser o mais bem colocado neste Mundial, contanto que esteja dentro do top 18 da competição. Contudo, o passaporte ainda não estará carimbado. Ele só perderá essa possível vaga se outro atleta do Brasil for medalhista no Evento-Teste de Enoshima/2019 ou subir ao pódio no Mundial da Laser em 2020.

O Campeonato Mundial será a terceira grande competição de Scheidt em seu retorno à classe Laser. Entre o final de março e início de maio, disputou o Troféu Princesa Sofia e a Semana de Vela de Hyères. O brasileiro tem apresentado evolução constante na classe Laser. Em ambas as disputas, ficou a apenas uma posição da medal race. Além disso, Robert chegou para o Campeonato Mundial de Sakaiminato embalado pelo título europeu da classe Star.

Maior atleta olímpico brasileiro

Cinco medalhas:

Ouro: Atlanta/96 e Atenas/2004 (ambas na Classe Laser)

Prata: Sidney/2000 (Laser) e Pequim/2008 (Star)

Bronze: Londres/2012 (Star)

181 títulos – 89 internacionais e 92 nacionais, incluindo a Semana Internacional do Rio, o Campeonato Brasileiro de Laser e a etapa de Miami da Copa do Mundo, todos em 2016. Em novembro de 2017, pela Star, conquistou a Taça Royal Thames e, neste domingo, o Europeu de Star.

Laser
– Onze títulos mundiais – 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013

*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt

– Três medalhas olímpicas – ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000

Star
– Três títulos mundiais – 2007, 2011 e 2012*

*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe

– Duas medalhas olímpicas – prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012

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