Secretaria e Fundação de Cultura mobilizam entidades de artesãos para participar de feira em congresso internacional

Artesanato confeccionados pelas artesãs Creuza, Olinda e Margarida – Foto: Edemir Rodrigues/FCMS

Artesanato confeccionados pelas artesãs Creuza, Olinda e Margarida – Foto: Edemir Rodrigues/FCMS

Campo Grande (MS) – A Secretaria de Estado de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação e Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul reuniram-se de acordo com solicitação dos organizadores do 12º Congresso Internacional da Rede Unida, que acontece na Universidade Católica desde esta segunda-feira (21), para convidar entidades e artesãos a participarem do evento com a montagem de estandes para exposição e comercialização de peças artesanais. Alguns artesãos e organizações da classe também participam por convite feito diretamente por organizadores do evento.

Sob a orientação da Fundação de Cultura participam a Associação de Artesanato do Estado de Mato Grosso do Sul (Artems), Federação das Associações Cooperativas e Núcleos de Artesãos do Estado de Mato Grosso do Sul (Fenart), União Estadual dos Artesãos do Estado de Mato Grosso do Sul (Uneart), Associação de Produtores de Aresanato e Artistas Populares de Mato Grosso do Sul (Proart), do Sindicato dos Artesãos de Mato Grosso do Sul (Sinart) e Associação dos Artesãos da Praça dos Imigrantes (API).

A Secretaria de Cultura possui um estante institucional com uma amostra do artesanato feito no Estado. São peças indígenas, Terenas, Kadiwéus, bugres feitos pelo neto da Conceição dos Bugres, o Mariano, carro de bois, onça de cerâmica, vasos, bonecas de cabaça, flores de madeira, flor de xaraés, santos de barro, panelas e cofres, entre outros. Estes objetos não são comercializáveis, estando ali apenas para apreciação. Mas segundo a gestora de Artes da Fundação de Cultura de MS, Júlia Campos, muitas pessoas pedem para adquirir as peças. “Nestes casos nós indicamos a Casa do Artesão ou a própria feira que está acontecendo aqui no evento”.

Artesanatos no stand da Sectei/FCMS – Foto: Edemir Rodrigues – FCMS

Artesanatos no stand da Sectei/FCMS – Foto: Edemir Rodrigues – FCMS

A feira ocupa todo um corredor próximo ao bloco A da UCDB. Neste local, encontramos os artesãos Creuza e Olinda Virgílio, irmãs unidas pela arte, e Margarida Pinto. Elas vieram da aldeia Alves Barros, de Porto Murtinho, são índias da etnia Kadiwéu e estão expondo peças que aprenderam a fazer desde os 14 anos. São potes, pratos, animais e moringas. Elas são associadas da Fenart e agradecem a oportunidade de participar da feira. “A Katyenka [Klain, gerente de atividades artesanais da FCMS] não faz diferença entre as pessoas, ela faz questão de apoiar os indígenas. Temos dificuldade de levar nossos produtos para fora da aldeia, lá tem muitas mulheres que fazem artesanato. Acredito que daqui para a frente vão surgir mais projetos, e eu queria participar também de feiras fora do Estado”, afirma Creuza.

O casal Cláudia e Júnior Pontes fabricam e comercializam bijuterias, como colares, brincos e pulseiras, além de flechas, cocares e chocalhos. Eles vêm da aldeia Jaguapiru, de Dourados e participam do evento a convite dos organizadores.

Leandro Silva Matheus, de Rio Verde, expõe suas bonecas de pano, minimóveis e trabalhos em cabaça. Ele trabalha com artesanato há 10 anos e afirma que as vendas durante o evento estão sendo boas. “O artesanato é a minha renda, um jeito de ganhar a vida. Gosto muito de participar de eventos porque as pessoas passam a conhecer seu trabalho e você conhece outros artesãos”.

Leslie Bassi Gafuri, presidente da Uniart, disse que aproveitou a Semana do Artesão, que aconteceu de 15 a 20 de março, para estender as comemorações com a oportunidade de expor no congresso. “Nosso objetivo é promover os trabalhos com eventos para aumentar a renda, mostrar, divulgar e vender os produtos. A Fundação de Cultura é fundamental para nós, pois vendemos também fora do Estado com a ajuda da FCMS. Trabalhamos também com o Sebrae”.

Lucimar Maldonado é associada do Sinart e trabalha com artesanato há dez anos. Ela manipula fibras naturais de bananeira, taboa e buriti para compor acessórios e utilitários. “Este espaço divulga o trabalho dos associados do Sinart, não só o meu trabalho. Sou fornecedora de peças para a loja Tok & Stok, como as caixinhas que produzo contendo bichinhos feitos pelo artesão Anderson, índio Terena da aldeia Passarinho, de Miranda. Mandamos produtos para o Brasil inteiro e vendemos no atacado, para lojistas”.

A feira de artesanato vai até o dia 24 de março, data de encerramento do 12º Congresso Internacional da Rede Unida com o tema “Diversidade sim, Desigualdade não: Pluralidade na Invenção da Vida”, na Universidade Católica Dom Bosco (UCDB).

Mais informações sobre a Rede Unida e o 12º Congresso pelo site www.redeunida.org.br.

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