Campo Grande (MS) – A Secretaria de Estado de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação (Sectei) vai oferecer, a partir do dia 15 deste mês, oficinas para auxiliar empreendedores a elaborar projetos para o edital de Economia Criativa. O edital foi aberto no dia 4 de janeiro deste ano e recebe inscrições até 3 de março. Serão beneficiados projetos de economia criativa que visem estimular, valorizar e fomentar empreendimentos criativos no Estado de Mato Grosso do Sul, tendo em vista o desenvolvimento social, cultural, turístico e artístico, bem como a inovação, a sustentabilidade e a geração de renda dos empreendedores individuais ou grupos sociais.
O valor do edital é de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais). Serão contemplados dez projetos propostos por Instituição de Direito Privado Sem fins Lucrativos no valor de R$ 20.000,00 e cinco projetos para os empreendedores individuais. Outra questão relevante é que os projetos aprovados terão o acompanhamento direto por um período de 12 meses da Superintendência de Economia Criativa que buscará parceiras com universidades e outras instituições para o apoio ao fomento e a sustentabilidade dos projetos selecionados.
É considerada economia criativa o conjunto de atividades culturais, econômicas e de gestão de negócios que se originam no conhecimento, criatividade, no capital intelectual individual ou coletivo focadas em processos, produções de bens e serviços para a geração de trabalho e renda.
Poderão participar desta chamada empreendedores individuais e coletivos em um ou mais setores da economia criativa, conforme os temas relacionados nesta chamada; Associação/instituições de natureza cultural sem fins lucrativos; Pessoas com idade superior a dezoito anos e com no mínimo de dois anos de experiência comprovada; Brasileiros natos ou naturalizados; quando estrangeiro, ter visto permanente; residentes no Estado de Mato Grosso do Sul.
As propostas devem estar vinculadas com os seguintes temas estratégicos:
- a) Patrimônio: patrimônio material e imaterial, arquivos e museus;
- b) Expressões Culturais: artesanato, artes visuais, fotografia gastronomia, culturas populares, culturas indígenas, cultura e/ou festa pantaneira, cultura e/ou festa do cerrado e quilombola;
- c) Artes de Espetáculo: dança música, teatro e circo;
- e) Audiovisual: cinema, televisão, vídeo, rádio e web;
- f) Criações Funcionais: moda, design, arquitetura e urbanismo, publicidade, aplicativose games.
O projeto deverá conter: Identificação do projeto; Identificação do proponente; Identificação do executor; Descrição do Projeto; Justificativa; Objetivo geral e objetivos específicos; Metas a atingir; Público alvo; Estratégia de Ação; Cronograma de Desenvolvimento; Quais os impactos e resultados esperados com o Projeto; Quais os indicadores de inovação do produto, processo; Descrever como pretende dar sustentabilidade (continuidade) ao projeto após o término do apoio; Plano de Divulgação; Parcerias; Observações adicionais (caso necessárias); Informações sobre outros apoios; Equipe de trabalho; Orçamento – Resumo do Orçamento – Fontes de Financiamento; Declarações obrigatórias; Termo de Responsabilidade.
Para orientação e capacitação aos interessados, a Sectei está realizando uma caravana para as oficinas em Campo Grande e no interior do Estado. As atividades começam nos dias 15 e 16 de fevereiro, em Campo Grande, com a primeira oficina. Ainda na Capital, as demais oficinas serão realizadas nos dias 18 e 19, 22 e 23, 25 e 26, sempre das 8 às 12 horas.
Em Dourados a oficina acontece no dia 15; em Bonito no dia 16 de fevereiro; em Corumbá em 17 de fevereiro; em Três Lagoas no dia 22 e em Rio Verde no dia 26, sempre das 14 às 18h e das 18h30 às 21h30.
Para o secretário Athayde Nery esse edital de economia criativa abre uma série de possibilidades para o fomento de atividades importantes. “Estamos estimulando atividades feitas de modo alternativo, que contribuam de forma inquestionável para a melhoria do cotidiano das pessoas. Queremos selecionar cinco iniciativas que promovam, por exemplo, a geração de renda, que tenham como base a criatividade, o conhecimento e a cultura. A economia criativa pode gerar inovação social quando essas novas fontes passam a ser entendidas como elementos fundamentais para o desenvolvimento econômico, social e ambiental”.
O secretário lembrou exemplos bem sucedidos já desenvolvidos no Estado. “Em São Gabriel d’Oeste eles usam garrafas pet que seriam poluidoras da natureza para incrementar o Natal Luzes do Cerrado. Temos aqui também pessoas que estão usando madeira de queimadas para fazer arte e produtos de uso doméstico, como as redes. Esses são exemplos bem sucedidos de economia criativa e sustentável”.
A artesã, professora de artesanato e design Isabel Muxfeldt, de Campo Grande, é produtora de joias do pantanal feitas de chifre lapidado, que lhe rendeu o Prêmio Mulher Empreendedora do Sebrae em 2007, em nível estadual e nacional. Isabel também foi finalista, em 2011, para representar o Brasil no Prêmio Empretec Women in Business Award. “Eu participei da última oficina [realizada no dia 2 de fevereiro] por causa dos meus alunos de Anastácio, para fomentar o grupo como um núcleo de produção de economia criativa. O instituto RessoArte começou em 2014 e já está comercializando as peças feitas com material reaproveitado. Agora estão produzindo pulseiras masculinas com sobras de couro das selarias de Anastácio. Buscamos utilizar materiais que refletem a cultura da região”.
As inscrições para o edital de Economia Criativa vão até 3 de março de 2016. Mais informações bem como acesso aos editais no site http://www.sectei.ms.gov.br/?page_id=241.