Com o isolamento social e as mudanças causadas pelo COVID-19, os estabelecimentos do mercado pet tiveram que se adaptar a uma nova realidade. O setor foi considerado em diversos locais como serviço essencial em meio à pandemia, afinal de contas os 54 milhões de cachorros e 24 milhões de gatos dos brasileiros precisam continuar recebendo cuidados, e tornaram-se companhias importantes na quarentena. Segundo a Euromonitor International, o segmento de cuidados com animais teve alta de 66% na última década, sendo o Brasil o terceiro maior mercado do mundo. Em Mato Grosso do Sul o setor também está em crescimento, prova disso é a feira Show Pet Brasil, que no último ano reuniu 32 expositores e atraiu milhares de visitantes interessados nas novidades do segmento pet.
Por isso, o setor sentiu menos a crise causada pela pandemia do coronavírus, com expectativa da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) de se manter estável em 2020. Mas houveram mudanças, como o investimento nas entregas por delivery, atendimento por vídeo, e-commerce (lojas virtuais) e vendas diretas por WhatsApp. “Iniciamos projetos de lives e vídeos promocionais dentro das lojas, com a intenção de atrair a atenção dos tutores nas redes sociais e promover a compra. Tivemos que aprender da noite pro dia a encontrar maneiras assertivas de vendas online, mas felizmente está sendo um sucesso”, relata a médica veterinária Nathalia Torres, coordenadora de vendas da Guarantã Distribuidora MS.
Para Nathalia, pet shops e clínicas que já contavam com o serviço de delivery saíram na frente, mas os que não tinham apostaram nisso como estratégia para alavancar as vendas. É o que confirma Gustavo Correia, vendedor do pet shop Portal dos Bichos. “A procura por entregas aumentou significativamente e tivemos que fazer a contratação de mais um motoentregador, por conta das pessoas estarem em casa tomando os cuidados necessários de prevenção”, afirma.
Segundo Gustavo, os produtos com maior procura são de alimentação, como rações e petiscos, mas também de higiene, como desinfetantes que combatem vírus e bactérias. “Eu acredito que as pessoas vão sim tomar mais cuidado com a higiene, com os cuidados pra prevenção de doenças, e isso vai virar rotina”, completa. O que para ele não muda é o cuidado das pessoas com os animais de estimação, que culturalmente tem sido considerados cada vez mais como parte da família.
Em meio aos desafios impostos pela pandemia, os gastos com pets devem continuar crescendo no mundo todo, mas o cenário impõe uma adaptação por parte das empresas. “Com as pessoas ficando mais em casa, notamos que estão buscando o melhor para seus animais, além de muitas adoções ocorrendo nesse período. Nada é mais como antes, mas estamos sendo positivos e apostando que nosso segmento tende a crescer”, finaliza Nathalia.
Serviço: A 4ª edição da feira Show Pet Brasil será realizada em Campo Grande entre os dias 24 a 26 de setembro no Centro de Convenções Albano Franco.