A 11ª edição da Semana Internacional do Café (SIC), que aconteceu em Belo Horizonte (MG), de 8 a 10 de novembro, elegeu como tema do ano Origens Produtoras – uma visão de futuro para uma nova cadeia do café e destacou um dos assuntos mais relevantes da atualidade: sustentabilidade.
Com público que ultrapassou 20 mil visitantes de mais de 30 países e que alcançou 55 milhões de reais em negócios, a SIC reforça o compromisso de ser uma plataforma global de discussão sobre o tema e um canal de negócios para os cafés brasileiros.
“Através da estratégia de Origem e do protagonismo do Brasil na produção, diversidade, sustentabilidade e qualidade dos cafés, reforçamos nossa posição como o país mais preparado para enfrentar os novos desafios da cadeia e para levar cafés de alta qualidade e sustentáveis para o consumidor em qualquer canto do globo”, analisa Caio Alonso Fontes, diretor da Espresso&CO, um dos realizadores da SIC.
Tendências e futuro para o agronegócio Café
O tema central do evento foi debatido em diversos momentos da programação. Nos painéis do Simpósio DNA Café – que traz as principais tendências do mercado – discutiu-se que qualidade e certificação são importantes, mas não suficientes: a diferenciação de cafés está na origem e sua sustentabilidade. O consumidor atual quer saber de onde vem o produto que consome, sua origem, rastreabilidade e impacto no planeta, como discutido no painel Origens produtoras e o novo cenário mundial.
“Mais uma vez, a Semana Internacional do Café se afirma como um fórum legítimo do setor, que discute tendências, valoriza o trabalho dos nossos produtores e destaca métodos inovadores para aumentar a produtividade e construir um futuro mais verde. Esta edição trouxe uma reflexão sobre a importância de proteger e promover nossas origens, garantindo a autenticidade e qualidade do café que chega à xícara dos consumidores. Tivemos, ainda, a oportunidade de apresentar ao mercado os diferenciais de nove regiões de origens do estado, que contam com o apoio do Sebrae Minas para desenvolver suas estratégias de marca Território. Assim, o evento cumpre seu objetivo de mostrar ao mundo os sabores exclusivos e a excelência produtiva dos nossos cafés”, diz o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva.
Em sua palestra Futuro e tendências do agronegócio, Marcos Jank, professor-sênior de agronegócio do INSPER-SP, destacou o aumento da urbanização, da população e da renda per capita na Ásia, como fator determinante para o potencial crescimento do mercado internacional do café. Em outros fóruns de discussão, enfatizou-se a relevância de países como Japão, Coreia do Sul e China no mercado de exportações brasileiro.
Fórum de Cafeicultura Sustentável
Desde 2014, quando foi criado, o Fórum de Cafeicultura Sustentável tornou-se um espaço fundamental para a discussão de práticas, inovações e desafios relacionados à sustentabilidade na cafeicultura, visando um futuro mais equitativo e ecologicamente consciente.
O Fórum abriu com uma conversa com Vanusia Nogueira, presidente da Organização Internacional do Café (OIC), sobre a nova regulamentação europeia, que aborda a sustentabilidade na origem do café. Também foram discutidas como a governança é o ponto central para o desenvolvimento das indicações geográficas brasileiras, e como a origem é capaz de dar voz e visibilidade ao produtor.
Premiações
O grande destaque do terceiro dia (10/11) foi a cerimônia de premiação do Coffee of the Year 2023. O café do Sítio Cordilheiras do Caparaó, em Iúna, Espírito Santo, produzido por Deneval Miranda Vieira Junior, foi o grande campeão da categoria de cafés arábica. Para o produtor, o evento é uma grande vitrine de divulgação e visibilidade dos produtos. “A SIC dá luz ao nosso trabalho e chancela a qualidade do café que produzimos para o mercado. Isso é essencial para o crescimento de nosso negócio”. Já na categoria de cafés canéfora, o primeiro colocado foi o café do Sítio 3 Marias, de Alto Rio Novo, Espírito Santo, produzido por Wagner Gomes Lopes.
Ainda sobre o ciclo de competições desta sexta-feira, Daniel Vaz, da Five Roasters, do Rio de Janeiro, ganhou como melhor barista do ano, no Campeonato Brasileiro de Barista, e a Fazenda Jangada, de Cabo Verde (MG), levou o primeiro lugar na competição Torrefação do Ano, organizada pela Atilla Torradores, levando um torrador de café Atilla Bancada Segunda Geração, além de um troféu feito pelo artista mineiro Robson Emerick. Em seguida, foi anunciado o melhor design de embalagem de café na premiação Espresso Design: o primeiro lugar ficou com Madura Coffee, com a edição carnavalesca Cura Ressaca.
O terceiro dia de evento contou, também, com apresentações musicais da cantora Simone e do padre Fábio Melo. Ambos se apresentaram durante a Premiação Florada 3corações, uma das patrocinadoras da SIC.
“Em mais uma edição da SIC, pudemos ver, novamente, a força do nosso café, esse produto emblemático para Minas Gerais. Nossa missão é gerar empregos e renda no campo, sempre priorizando uma produção sustentável“, declarou Thales Fernandes, Secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais.
“Encerramos a 11ª Semana Internacional do Café com uma participação expressiva do público, o que é muito importante para que as pessoas possam conhecer essa grande cadeia produtiva do café. A SIC mostra a união de um setor tão importante para Minas e para o Brasil e oferece aos pequenos e médios produtores, que muitas vezes não conseguem mostrar seus cafés de excelência lá em seu município, a oportunidade de comercializarem os produtos não somente para compradores nacionais, mas também para importadores. Vamos continuar trabalhando juntos para dar ainda mais robustez a esse setor da economia. Foi um sucesso total, e já vamos nos preparar para proporcionar um evento ainda melhor em 2024”, comemora Antônio de Salvo, presidente do Sistema Faemg Senar.
Para conferir o evento na íntegra, acesse o site www.semanainternacionaldocafe.com.br e @semanainternacionaldocafe.
Sobre a Semana Internacional do Café
Desde seu lançamento, em 2013, a SIC gera oportunidades para toda a cadeia do café brasileiro, tanto para o mercado nacional quanto para o internacional, abrindo espaço para conexões e transações comerciais para todo o setor.
A SIC tem como foco as transações B2B, que inclui desde produtores de café, representantes de empresas que atuam em todas as etapas da cadeia produtiva de seleção, processamento e embalagem do grão até pequenos e grandes empresários do setor. Além disso, o evento conta com a participação de profissionais como agrônomos, mestres de torra, baristas e representantes de setores complementares, como o de leites vegetais.