Priorizar o que realmente importa, e com isso, dar um novo significado à vida, talvez seja o maior aprendizado que vamos levar desse período desafiante que temos vivido, causado pela pandemia de Covid 19.
Dia a dia, nossas histórias se cruzam com as de outras pessoas, nas diversas partes do mundo, que precisaram abrir mão dos seus planos. Alguns com grande significado pessoal, como a realização do casamento, a conclusão de um curso, a compra de um imóvel, e tantos outros sonhos que para cada pessoa têm singular importância. Fora isso, ainda tivemos que lidar com a perda de pessoas queridas e com elas, uma parte do nosso coração, de certa forma, também partiu por um tempo.
Porém, a vida nos chama à continuidade e, parar no negativo, definitivamente não é a melhor escolha. Precisamos ressignificar os fatos e acolher os ensinamentos que, mesmo em meio a dor, eles querem nos proporcionar. Até porque, por mais que lidar com a frustração seja uma tarefa difícil, é importante lembrar que o mundo não acaba junto com um plano que não deu certo.
Se olharmos para a nossa história, é possível reconhecermos que as situações que mais nos fizeram sofrer, também nos ensinaram a reavaliar nossos objetivos, criar resiliência, e até promoveram uma significativa mudança de vida, ao nos mostrar que a felicidade pode ser encontrada em coisas mais simples do que imaginávamos, justamente porque está ligada ao essencial. O que é essencial para você?
Independente do conceito que cada um tenha a respeito da felicidade, nutrimos naturalmente o desejo de possuí-la, e isso gera expectativas que estão sujeitas a frustrações. O segredo é encontrar resiliência e enfrentar a vida como ela é, cada um fazendo sua própria experiência, com decisão e coragem.
Diversas vezes, Deus ordenou que fôssemos resilientes nas Sagradas Escrituras e, em Josué 1,9 isso fica bem claro, quando Ele diz: “Lembre-se da minha ordem: Seja forte e corajoso! Não fique desanimado, nem tenha medo, porque eu, o Senhor, seu Deus, estarei com você em qualquer lugar para onde você for!”
Conta-se que dois homens compraram terrenos vizinhos, e cada um construiu sua casa e plantou árvores no quintal. Um deles molhava regularmente suas plantas e alegrava-se ao vê-las crescerem rapidamente e frondosas. Ao mesmo tempo, criticava o vizinho que raramente molhava as plantas, e, por isso, elas cresciam vagarosamente.
Até que certo dia caiu uma forte tempestade naquela região, e as árvores frondosas que recebiam água constantemente foram tombadas. Já as árvores que recebiam pouca água, apesar de também serem açoitadas pela ventania e se dobrarem até o chão, não se romperam, pois tinham raízes profundamente lançadas no solo, enquanto buscavam nele nutrientes para viver.
Ou seja, resiliência não se improvisa! É preciso lançar nossas raízes no solo fértil da fé que nos alimenta a cada dia e nos sustenta quando chega a tempestade. Grande em altura, mas sem grande profundidade, é perigoso! É hora de nos voltarmos ao essencial, ressignificarmos nossas escolhas e compreendermos onde está o sentido da nossa vida.
O apego exagerado às coisas que possuímos, e aos objetivos que pretendemos a todo custo alcançar, revela o nível da nossa superficialidade, porque é sinal de que temos pouco para nos sustentarmos. Por outro lado, se estamos, de fato, enraizados no amor de Deus, podemos passar pelas tempestades da vida ou usufruirmos dos bens deste mundo, sem jamais perder de vista nossa meta, que é o Céu!
Busquemos nos aprofundar no solo sagrado que é o coração de Deus, e não nos deixemos agitar pelo vento dessa tempestade, ela vai passar. Afinal, nesta vida tudo passa!
*Dijanira Silva é missionária da Comunidade Canção Nova, autora dos livros “Tenha um ótimo dia! – Palavras de encorajamento e fé” e “Por onde andam seus sonhos?”, pela Editora Canção Nova, e apresentadora da Rádio América em São Paulo, e do programa “Florescer” pela TV Canção Nova.