Show do Grupo Acaba e Tributo a Geraldo Roca comemoraram em grande estilo os 39 anos de Mato Grosso do Sul

Grupo Acaba – Foto: Daniel Reino/Divulgação

Grupo Acaba – Foto: Daniel Reino/Divulgação

Campo Grande (MS) – “Hoje Mato Grosso do Sul faz 39 anos. Estamos aqui para comemorar e celebrar”. Assim falou o apresentador ao início do show “Comemora MS 39 anos”, que aconteceu na noite desta terça-feira, dia 11 de outubro, na Concha Acústica Helena Meirelles. O show foi promovido pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria de Estado de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação (Sectei) e Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.

O público compareceu em peso para ver os canta-dores do Pantanal do Grupo Acaba, que completa 50 anos de existência, e os músicos que se reuniram para prestar um tributo ao compositor Geraldo Roca, falecido ano passado.

Os músicos do Acaba (Associação dos Compositores Autônomos do Bairro Amambaí), sempre vestidos de branco, subiram ao palco e do início ao fim do show suas músicas foram acompanhadas pelo público com muitos aplausos. Houve até quem descesse das arquibancadas e ficasse junto ao palco, dançando e cantando.

Show em comemoração aos 39 anos de MS – Foto: Daniel Reino/Divulgação

Show em comemoração aos 39 anos de MS – Foto: Daniel Reino/Divulgação

“Ciranda do Pantanal”, “Caminhando vou”, “Cururu de Santa Fé”, todas músicas conhecidas do público, agradaram e trouxeram muita alegria. “Boi de Carro” teve a participação de Guga Borba”, Zé Geral cantou com o grupo a música “Fernando Vieira”, os filhos do Vandir Barreto subiram ao palco para interpretar “Natureza” e ao final do show, o harpista Fábio Caida, César no acordeon e a cantora Lígia Mourão participaram de um pout pourri intitulado “Baile em Porto Esperança”.

Foi entregue a Medalha dos 50 anos do Grupo Acaba para o secretário da Sectei, Renato Roscoe, para a presidente da Fundação de Cultura, Andréa Freire, e para Athayde Nery, um dos idealizadores da homenagem ao Acaba. Também recebeu a medalha como uma homenagem póstuma a Geraldo Roca o músico Paulo Simões.

O secretário de Cultura, Renato Roscoe, disse ser o show o início das celebrações dos 40 anos da criação do Estado de Mato Grosso do Sul. “Vamos ter um ano sbem ul-mato-grossense mesmo, com todas as manifestações culturais de forma intensa. Este show é o marco inicial deste movimento. Teremos eventos o ano inteiro. Hoje celebramos os 39 anos, mas já entrando no processo de comemoração dos 40. Teremos uma programação intensa que vai ser divulgada ao longo do tempo. Nada melhor do que comemorar os 39 anos que o Acaba, que está celebrando seus 50 anos. Esta é mais uma etapa desta comemoração. E o Tributo a Geraldo Roca foi brilhante no Festival de Inverno de Bonito e decidimos trazer para Campo Grande também. São duas homenagens ao nosso Estado”.

Maria Eugênia e Glorinha – Foto: Daniel Reino/Divulgação

Maria Eugênia e Glorinha – Foto: Daniel Reino/Divulgação

A presidente da Fundação de Cultura, Andréa Freire, disse que os artistas que se apresentaram no “Comemora MS 39 anos” são fundamentais para a cultura do Estado. “São artistas de importância vital, e as letras das músicas apresentadas trazem esse olhar para a nossa identidade, a nossa história. Poder proporcionar o reencontro com essa identidade é muito importante, pois Mato Grosso do Sul é o Estado da música. Trazer para as novas gerações as músicas do Geraldo, que já se foi, é muito importante. Este show é para colocar o artista em contato com a sociedade. A gente comemora em grande estilo”.

Um dos criadores do Grupo Acaba, o músico Moacir Lacerda disse, depois do show, que o grupo participou da cerimônia de criação do Estado em Brasília. “Foi o primeiro evento de Mato Grosso do Sul em Brasília. Em 1978 nós fomos tocar na praça dos Poderes. Durante o hasteamento da nossa bandeira cantamos “Ciranda Pantaneira”.

Quando o Estado foi criado o Acaba já estava na estrada há mais de uma década, e, segundo diz Moacir, “acabou norteando os caminhos da cultura no Estado”. “O Pantanal deixou de ser pejorativo e passou a ser uma marca. Participar dessa festa é mais uma alegria. Campo Grande nos acolheu de tal maneira que fico grato. Sou engenheiro, desenvolvi toda minha carreira profissional e artística aqui. Para nós é uma grande alegria participar deste show’”.

Maurício, Robson e Glenda – Foto: Daniel Reino/Divulgação

Maurício, Robson e Glenda – Foto: Daniel Reino/Divulgação

Logo depois foi a vez de os músicos Celito Espíndola, Jerry Espíndola, Guga Borba, Jonavo, Ju Souc, Maria Alice, Marina Dalla, Miska, Paulo Simões, Rodrigo Sater e Rodrigo Teixeira, acompanhados por Alex Cavalheri, Gabriel Basso, Leandro Perez e Sandro Moreno, prestarem o Tributo a Geraldo Roca.

Durante a apresentação foram projetadas imagens (acervo pessoal e público) de Geraldo Roca em diversos momentos de sua vida. A cada troca de convidado foram exibidos depoimentos colhidos em emissoras locais e da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul de personalidades que fizeram parte de sua carreira, como Renato Teixeira, parceiro e amigo íntimo e Humberto Espíndola, referência constante. Todas as canções do espetáculo são de autoria de Geraldo Roca e foram gravadas por ele ou por seus parceiros.

Após o show, o músico, compositor e parceiro de Geraldo Roca, Paulo Simões, disse que o show foi muito intenso. “Tenho vários adjetivos como visceral, uma coisa que nos toma pela importância do trabalho dele [Roca], da geração a que ele pertence. Uma geração desbravadora de caminhos que não tinham sido percorridos. Graças a ele estamos aqui, rumo aos 40 anos. Só por isso já se justifica culturalmente. Foi muito emocionante, são emoções que transbordam como as águas do rio Paraguai. O Pantanal é único, que nós tanto amamos e precisamos aprender a preservar”.

Marina Dalla – Foto: Daniel Reino/Divulgação

Marina Dalla – Foto: Daniel Reino/Divulgação

A cantora Marina Dalla afirmou que o show foi maravilhoso e ficou sem palavras para expressar sua emoção. “Não tem nem como dizer. Por ter conhecido o Roca e poder fazer parte desse concerto, com a ‘galera’ que idealizou. Eu, como novata, ‘gurizona’, é maravilhoso. Fiquei ‘mega’ empolgada em Bonito e hoje não esperava esse público. A ‘galera’ veio e compartilhou disso tudo. Meu primeiro CD foi o Geraldo Roca que produziu, em 2004. Ficamos um mês inteiro bebendo, tocando e conhecendo Bob Dylan. Ele fez uma música para mim que pouca gente conhece, ‘O rio que eu chorei’. É uma versão do ‘The tracks of my tiers’, do Bob Dylan. Minha convivência com ele foi muito bacana”.

Na plateia, a empresária Glória Maria Vaz Leal, mais conhecida como “Glorinha”, e a autônoma Maria Eugênia Neme, leram no jornal sobre o show e resolveram vir. “O Roca era amigo da gente. Viemos para prestigiar e ouvir boa música, de qualidade. Ele era um cara maravilhoso, muito talentoso, tímido, reservado, perfeccionista”.

Ao serem perguntadas sobre como é ser sul-mato-grossense, elas disseram: “É ter qualidade de vida. A gente viu o Estado nascer, participou disso. É uma alegria, é um Estado jovem. Falta só melhorar algumas coisas. Estamos aqui nesse ambiente lindo, fiz fotos maravilhosas, e estamos para assistir a um show de graça! E que tenham muitas iniciativas como essa”.

O cinegrafista Maurício Nantes veio a convite de seu amigo, Robson Simões, e trouxe a noiva, Glenda Bueno. “A gente trabalha com cultura, somos do rupo de danças do CTG. Já usamos músicas do Acaba para fazer entradas de dança, porque falam sobre Mato Grosso do Sul. O Acaba, nos seus 50 anos, fala muito sobre Mato Grosso do Sul. As letras deles falam do Estado, a gente ouve muito. O Acaba é o que mais nos representa”. Glenda diz que tem orgulho de ser sul-mato-grossense. “A gente leva Mato do Grosso do Sul para o Brasil inteiro. Apesar de dançar outra cultura [gaúcha], a gente tenta incrementar nosso trabalho com características sul-mato-grossenses”, finaliza.

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