O Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS, a Fiems – Federação das Indústrias do Estado de MS, a Fecomercio – Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de MS, a Faems – Federação das Associações Empresariais de MS e a OAB/MS – Organização dos Advogados do Brasil, entidades organizadoras da ‘Campanha Acorda MS – Chega de Impostos’, realizaram a 2ª fase da iniciativa com a palestra da convidada especial, Maria Lúcia Fattorelli.
O presidente do Sistema Famasul, Mauricio Saito, participou do evento acompanhado da diretora-secretária e coordenadora educacional do Senar/MS – Serviço de Aprendizagem Rural de MS, Terezinha Cândido; do diretor executivo, Lucas Galvan; e do superintendente do Senar/MS, Rogério Beretta.
Maria Lúcia Fattorelli é coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida e especialista em administração tributária, integrante da CADTM – Comitê para Anulação da Dívida do Terceiro Mundo, desde 20033, e da CAIC -Comissão de Auditória do Crédito Público, desde 2007.
A palestrante foi recebida com auditório lotado de autoridades, produtores rurais e pesquisadores, na noite dessa segunda-feira (15), na sede da Fiems.
“É uma palestrante renomada nacional e internacionalmente, que muito contribui com nossa campanha por explicar, de forma muito didática e atual, o quanto os tributos impactam em todo sistema produtivo, desde os produtores e empresários até os consumidores”, afirma Mauricio Saito.
Na apresentação, Maria Lúcia Fattorelli explicou como o modelo econômico brasileiro é equivocado por potencializar a concentração de renda e riqueza e, onerar o consumo.
“A forma de controlar a inflação no Brasil é mais um mecanismo para alimentar o sistema da dívida, com juros altos, a energia mais cara do mundo, com aumento de 54%, além de uma base monetária restrita, que abastece a sobra de caixa dos bancos e seca nossa economia”, criticou.
A convidada especial pontuou que a crise econômica brasileira gera lucro aos bancos e, em contrapartida, compromete a agropecuária, a indústria, o comércio, empregos e salários, encolhendo o PIB do Brasil.
“A carga tributária é estimada em 34% do PIB, mas os princípios tributários são desrespeitados, justamente porque o tributo sobre o consumo desrespeita a capacidade produtiva e não cobra o mesmo de todo mundo”.
Acorda MS – Chega de Impostos
A campanha “Acorda MS – Chega de Impostos” é uma iniciativa organizada pelo Sistema Famasul, Fiems, Fecomércio-MS, Faems e OAB/MS, é contra o excesso de tributos e o possível retorno da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras).
Durante a coletiva de imprensa, realizada no lançamento da Campanha, o presidente do Sistema Famasul apresentou os impactos negativos do retorno da CPMF para a agropecuária e, consequentemente, para toda sociedade sul mato-grossense.
“Esses R$ 700 milhões calculados de impacto da CPMF para o nosso estado devem ser ultrapassados, pois a CPMF é um imposto que vem em cadeia. Assim, se imaginarmos que para ter VBP do setor agropecuário nós temos R$ 28 bilhões, para isso acontecer, além dos recursos de financiamento, temos os investimentos feitos pelo bolso do produtor rural e também nas trocas de permuta com as tradings. Se estamos enfrentando dificuldades naturais em colher a soja, por exemplo, devido aos fenômenos climáticos, e para escoar, com a estradas danificadas, imaginem o quanto o retorno da CPMF irá causar mais entraves em nossa economia”, afirmou.
Como parte da programação da Campanha, o Sistema Famasul realizou uma palestra sobre o tema com os funcionários e também mudou a fachada da sede da Casa Rural, em Campo Grande.