Os custos de implantação de sistemas integrados e as ferramentas de recuperação de áreas degradadas foi tema de palestra apresentada no último sábado (10), no Sindicato Rural de Campo Grande, pelo engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa Gado de Corte, José Alexandre Agiova da Costa.
Atualmente existem 5 milhões de hectares em Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF) no Brasil, e para Agiova essa é uma das mais importantes alternativas para o aumento da produtividade no campo com foco na sustentabilidade ambiental.
“Não tem mais volta, a tendência é só crescer, pois a integração aumenta muito a eficiência da mesma área, ou seja, não precisa expandir, adquirir mais terra ou se deslocar, é possível aumentar a produção com o que já tem de área. Fora os impactos no meio ambiente, como sequestro de gases de efeito estufa e diminuição do uso de carvão de floresta nativa, por exemplo”, explica Agiova.
Apesar do alto custo de implantação, cerca de 3 mil por hectare, o pesquisador ressalta que essa pode ser sim uma alternativa viável ao pequeno produtor. “Temos trabalhado com produção de silagem, voltado ao pequeno produtor. Como o produtor leiteiro, que através da integração com lavoura e floresta, por exemplo, pode estar incorporando uma leguminosa no sistema, aumentando assim matéria orgânica, ciclando nutrientes, estando naquela mesma área que ele já vinha trabalhando, quer dizer, aquilo que ele já fazia, ele vai melhorar”, enfatiza o pesquisador.
Outra alternativa, sinalizada por Agiova, é utilizar o capim como feno para o período de seca. “Ele pode também cortar o capim de forma manual, deixar secar num galpão, colocar num saco de adubo e naquele período seco, que falta forragem ele utilizar pros animais. Tem aquela questão também, de plantar árvores em lugares estratégicos, por fora da cerca, onde tá longe do alcance dos animais, na borda da propriedade. Ele ta fazendo sombra pros animais, melhorando a eficiência alimentar, a produtividade desse gado e produzindo madeira pra ele, então existe sim possibilidade pra esse pequeno produtor ”, enfatiza.
A palestra fez parte do encerramento do semestre do curso Técnico em Agronegócio realizado pelo SENAR/MS em parceria com o Sindicato. Adão Bernardo Vieira, que está no primeiro semestre, já é técnico em agropecuária e ressalta a importância do acesso a essas informações para a formação de um futuro gestor.
“Nós como gestores temos que aprender para podermos dar estrutura para o produtor, e aonde a gente vai buscar essa estrutura é nessas qualificações, nessas participações junto com a Embrapa, por exemplo”.