Situação da Livraria Cultura é um grande exemplo da necessidade de se atualizar, afirma David Johny

Consultor em empreendedorismo e marketing digital, David Johny analisa a situação da ex-gigante do mercado de livros como um aprendizado para as empresas

David Johny, consultor em empreendedorismo e marketing digital – Fotos: Divulgação / MF Press Global

A livraria Cultura, um ícone que marcou gerações de leitores com o encanto de suas belas lojas repletas de obras, hoje está à beira da falência. Para o especialista em empreendedorismo e marketing Digital David Johny, o motivo não foi simplesmente a pandemia do novo coronavírus, a crise econômica ou falta de público leitor. O problema, para ele, foi se colocar à margem. “Ela resistiu às mudanças e automaticamente não se adaptou, ficou fora do jogo”, define o consultor.

Assim como a Kodak, outra grande empresa que desapareceu por não se enquadrar nos novos modelos, o problema para Johny foi a gestão. A Kodak era o maior nome da fotografia, oferecendo máquinas fotográficas e filmes de última geração. Até que surgiram as máquinas digitais e, posteriormente, os smartphones. A marca desapareceu do mercado e as crianças de hoje não sabem mais o que significa ter uma Kodak. “Isso aconteceu porque ela não acompanhou as tendências do mercado com inovação e tecnologia. Está claro que há empresas que não se renovam, não acompanham as novas linhas mercadológicas e acabam não resistindo”, explica Johny.

A maior concorrente da Livraria Cultura era a Amazon, empresa 100% online que atingiu níveis mundiais e enorme valor de mercado. Enquanto isso, a Cultura preferiu continuar focada em seu modelo de lojas físicas, mesmo em meio às mudanças de comportamento dos consumidores, que preferem cada vez mais comprar pela internet e receber em casa. “No mundo dos negócios existem regras do jogo que são muito claras e óbvias, mas às vezes, por questão de acomodação e cultura da empresa, é difícil de inovar, pois são pilares construídos há anos, o empresário tem que entender que mudar é um mal necessário”. David Johny explica que uma premissa básica é sempre ouvir os clientes, observar os comportamentos de compra e estar atento aos concorrentes. Ao ver que outras empresas do mesmo ramo estão tendo mais resultado positivos é o momento de descobrir o que estão fazendo de diferente e inovar. “Se tem um concorrente com um modelo de negócio que está dando certo, o que tenho que fazer para competir é me adaptar ao jogo. No caso da Cultura, a pandemia apenas abreviou o fim, que aconteceria cedo ou tarde”, afirma. A dica é prestar atenção nos principais pilares: gestão, finanças e venda. Se um não estiver bem, derruba a estrutura. O conselho de David é o modelo de negócio estar sempre atualizado, saber reduzir custos com eficiência e não deixar de oferecer os produtos que o cliente quer.

Fonte: MF Press Global

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