O corpo do ex-jogador e técnico Mário Jorge Lobo Zagallo, único tetracampeão mundial de futebol, foi sepultado em cerimônia privada a amigos e familiares no Rio de Janeiro.
O enterro ocorreu no cemitério São João Batista, em Botafogo, após o caixão ser levado em cortejo da sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na Barra da Tijuca, até a zona sul da cidade. Pouco tempo antes, uma missa foi celebrada somente para amigos e familiares.
Zagallo faleceu na noite da última sexta-feira (5), aos 92 anos, em um hospital no território fluminense, em decorrência de uma falência múltipla dos órgãos.
Nesta manhã, o público conseguiu dar seu último adeus a Zagallo na sede da CBF, onde o corpo do multicampeão foi velado ao lado de sua própria estátua de cera, inaugurada em 2022, e das cinco taças de Copa do Mundo que o Brasil conquistou.
Alguns nomes do futebol brasileiro estiveram presentes na despedida, incluindo Cafu e Bebeto, enquanto outros enviaram coroas de flores, como o craque Ronaldo Fenômeno, além do treinador Carlos Alberto Parreira.
O ex-técnico da seleção brasileira e atual treinador do Flamengo Tite e o ex-jogador Zinho também marcaram presença na cerimônia.
Por sua vez, o diretor de comunicação da CBF, Rodrigo Paiva, passou mal durante o velório, desmaiou e foi levado para uma ambulância no local.
Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte de “um dos maiores jogadores e técnicos de futebol de todos os tempos” e decretou luto oficial de três dias em todo o país.
Trajetória
Nascido na cidade de Atalaia, no estado de Alagoas, em 9 de agosto de 1931, Zagallo se mudou ainda jovem para o Rio de Janeiro, onde iniciou sua carreira como jogador nas categorias de base do América Futebol Clube. Ele também vestiu as camisas de Flamengo e Botafogo.
Zagallo venceu duas Copas do Mundo como jogador (1958 e 1962), além de uma como técnico (1970) e outra como coordenador (1994), quando o Brasil bateu a Itália nos pênaltis.
Além das quatro façanhas, ele treinou a seleção nas edições de 1974 e 1998, ano em que foi vice-campeão, e fez parte da comissão técnica do Mundial de 2006, ao lado de Parreira.
Por causa de sua carreira vitoriosa, Zagallo conquistou a mais alta honraria da Fifa, o prêmio de Ordem de Mérito, concedido em 1992. Considerado um personagem autêntico e supersticioso, ele tinha o 13 como número de sorte e proferiu uma das frases mais famosas do mundo do futebol após a vitória do Brasil na Copa América de 1997, em meio à pressão vivida no cargo: “Vocês vão ter que me engolir”.