É oficial: o sol atingiu o máximo solar, período de maior atividade do seu ciclo atual, iniciado em 2019 e cujo término ocorrerá em cinco ou seis anos.
O anúncio foi feito por representantes da Nasa, agência espacial dos Estados Unidos, da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) e do Painel Internacional de Previsão do Ciclo Solar, que também destacou o período de atividade máxima não terminou e provavelmente continuará no próximo ano.
Isto significa que a Terra também verá muito mais tempestades geomagnéticas em 2025. O ciclo atual, o 25° desde que o registro das manchas solares começou em 1755, provou ser muito mais “vivo” do que o esperado.
“Certamente superou as expectativas, é que inicialmente pensava-se que seria um ciclo modesto, ainda menor que o anterior”, declarou Mauro Messerotti, professor de Meteorologia Espacial da Universidade de Trieste, no norte da Itália.
Prova desta atividade são as numerosas e poderosas explosões solares que ocorreram ao longo do último ano: a mais intensa até agora, produzida no dia 3 de outubro, atingiu a classe X 9.0, ocupando um lugar no ranking das 15 mais intensas, com as chamas mais poderosas já emitidas.
Em primeiro lugar ficou a de 4 de novembro de 2003 devido à sua instabilidade. O anúncio sobre o alcance do pico baseia-se principalmente na observação do número de manchas solares, áreas relativamente mais frias nas quais se concentram as linhas do campo magnético.
Devido à sua instabilidade, as manchas podem causar erupções e ejeções de massa coronal, as chamadas CMEs, que são as causas das tempestades geomagnéticas.
Os pesquisadores, porém, não conseguirão determinar por muito tempo o momento exato do pico de atividade, que coincide com a inversão dos polos magnéticos do Sol. “O momento exato só é identificável depois de vários meses, quando começaremos a observar um declínio significativo na atividade solar”, afirmou Messerotti.
Este ciclo solar específico surpreendeu os cientistas devido à intensidade da sua atividade. As manchas solares multiplicaram-se na superfície solar e as erupções de energia do Sol têm sido mais frequentes do que o previsto.
Desde 1989, o Painel de Previsão do Ciclo Solar, um grupo internacional de especialistas patrocinado pela Nasa e pela NOAA, tem trabalhado em conjunto para fazer a sua previsão para o próximo ciclo solar.
Os astrônomos acompanham os ciclos solares desde que Galileu observou pela primeira vez as manchas solares no século XVII.
Cada ciclo solar é diferente: alguns ciclos têm picos mais longos e mais curtos, e outros têm picos menores que duram mais tempo.
Uma das consequências mais impressionantes deste fenômeno é a possibilidade de testemunhar auroras espetaculares. Isso se deve à interação entre as partículas ejetadas pelo Sol e a atmosfera terrestre.
Nos últimos meses, regiões que normalmente não experimentam auroras, como partes da Europa e da América do Norte, e até mesmo o norte da Itália, viram céus tingidos de cores brilhantes devido a este fenômeno. Os shows da aurora em maio de 2024 foram alguns dos mais marcantes em décadas.