Campo Grande (MS) – O primeiro Som da Concha do ano de 2017 vai ser próximo domingo, dia 15 de janeiro, às 18 horas, e vai trazer para o público a banda Tonho sem Medo e o bluesman de Mato Grosso do Sul, Zé Pretim. Tonho sem Medo, de Bandeirantes, vai agitar a plateia com seu rock influenciado pelos anos 50, 60 e 70. Zé Pretim vai tocar uma mistura do Blues com as músicas caipiras que o músico aprendeu desde criança na roça.
A banda Tonho sem Medo tem como seu embrião a cidade de Bandeirantes (MS). Fundada no final do ano 2002 por Nelinho Karkará e Jefferson Pandeiro, começando com apenas guitarra, violão e percussão, para depois aos poucos tomar forma de uma banda, que no começo surge com o nome de Destilados e depois de um tempo adota a alcunha de Tonho sem Medo.
Passaram pela sua formação diversos integrantes. Porém sofreu um hiato de cinco anos entre 2009 e 2014 em que os integrantes seguiram outros caminhos. Mas devido à amizade ainda viva e o amor pela música, decidiram voltar a fazer “um som” e no ano de 2014 voltaram sedentos de rock and roll com a seguinte formação: Nelinho Karkará (guitarra), Zé Neto (bateria), Sérgio Saito (baixo) e Plínio Zappah (vocal) com a influência das décadas de 50, 60 e 70. E ao tocar músicas de outros artistas não espere ouvir a cópia perfeita porque entendemos que a arte deve ser passada de acordo com o sentimento que você vive no momento. Assim, músicas próprias ou “covers” nunca serão as mesmas nas apresentações.
Nas andanças da banda, seus integrantes tocaram em várias cidades do Estado, em bares, casas noturnas, eventos motociclísticos, academia de ginástica, Sarau do Zé Geral e até casamentos. E sem contar as diversas festas de amigos pelo simples fato de comemorar a vida. Organizou o primeiro festival de rock em Bandeirantes-MS, montando bandas apenas com moradoras do município, foi o “Rock na Praça”.
Para o Som da Concha, a banda vai interpretar músicas autorais, como “Isadora” e “Não quero mais”, e também músicas de artistas e bandas renomadas como Creedence, Rolling Stones e Eric Clapton. Vale a pena conferir!
José Geraldo Rodrigues, o “Zé Pretim”, nasceu em 1954 em Inhapim, cidade mineira situada no vale do Jequitinhonha, às margens da rodovia Rio-Bahia. Autodidata, aprendeu a tocar violão na roça, observando os mais velhos tocando, até que um dia ganhou o seu primeiro violão, segundo ele mesmo conta, ao ser desafiado a “tirar de ouvido” a introdução da música “Menino da Porteira”.
Quando adolescente, por volta de 1971, a família se mudou para o antigo Estado do Mato Grosso. Primeiramente em Rondonópolis, e finalmente se fixando em Campo Grande (MS). Zé Pretim já possuía uma certa habilidade no instrumento, e começou a tocar pelos clubes, bares e lanchonetes da futura Capital do Mato Grosso do Sul. Seu nome começou a ficar conhecido pela cidade, e começou a receber convites e tocar nas bandas mais conhecidas da cidade, primeiramente o Zutrik, de Miguelito (músico renomado e respeitado até hoje em Campo Grande), e posteriormente no Euphoria, do Bosco, outro músico muito conhecido, hoje principalmente por ter sido o fundador e baterista do Bando do Velho Jack, e ter tocado com quase todos os artistas de renome do Estado.
Nos anos 80, Zé Pretim começou a assumir sua identidade “solo”, e desenvolver seu estilo pessoal de tocar uma mistura do Blues com as músicas caipiras que aprendeu desde criança na roça. Suas músicas misturam o Blues aos ritmos que ele aprendeu na roça, e depois como “músico de baile”. Em seu trabalho encontra-se o Blues, a Moda de Viola, o Forró, música romântica, muitas vezes tudo isso misturado numa mesma música. Posteriormente passou a fazer o mesmo com as músicas sul-mato-grossenses, que conheceu a partir do momento em que se mudou para MS. Destacam-se suas releituras “bluesy” para “Trem do Pantanal” (G. Roca / P. Simões) e para o clássico de Luiz Gonzaga “Asa Branca”. Esta última, anos depois chamou a atenção da jornalista Mariana Godoy, que o levou até o Jô Soares.
Durante os anos 80 e 90, Zé Pretim se tornou um verdadeiro “nômade da música”, e percorreu todo o Brasil com sua música, morando um pouco aqui, outro pouco ali… Sempre retornando a Campo Grande se fixou, mas morou em vários lugares do Brasil onde levou a sua arte: Belém (PA), São Luiz (MA), Fortaleza (CE), Florianópolis (SC), Cuiabá e Rondonópolis (MT), Porto Velho (RO). Também viveu nos perigosos garimpos, onde ele tocava e conta histórias onde esteve frente a frente com a morte.
Depois de todas essas andanças, no final dos anos 90, Zé decidiu se fixar em Rondonópolis, onde se casou e teve seu filho Geraldo Miguel. Mas acabou não se adaptando, e voltou para Campo Grande, onde finalmente fixou morada. Esporadicamente fazia algumas temporadas em Rondonópolis e Cuiabá, e numa dessas temporadas, em 2005 a jornalista da TV Globo, Mariana Godoy o conheceu em Rondonópolis e ficou encantada com suas histórias e suas releituras Blues para clássicos da música brasileira, e levou seu material até o Jô Soares, que o trouxe para uma entrevista em seu programa.
Sua nova banda é formada por Luis Ávila (guitarra), Zé Fiuza (bateria) e Fernando Salles (baixo). Para o Som da Concha, o músico vai apresentar músicas características da região, como Trem do Pantanal, Vida Cigana, e clássicos já consagrados da música brasileira, como Chico Mineiro, Rio de Lágrinas, Asa Branca, além de “What a Wonderful World” e “Walking Blues”.
Os shows começam às 18 horas e a entrada, como sempre, é franca. O público poderá conferir também o Território Criativo, onde funcionará a Feira Bocaiúva, uma reunião de artistas que vendem seus produtos, além de praça da alimentação. A Concha Acústica Helena Meirelles fica no Parque das Nações Indígenas, na Rua Antônio Maria Coelho, 6000, em Campo Grande. Mais informações pelo telefone (67) 3314-2030.