As questões ambientais entraram definitivamente na agenda de urgência de toda a população mundial. No país, é necessário que o olhar esteja atento aos biomas, principalmente àqueles mais suscetíveis às mudanças climáticas, como é o caso do Pantanal. No ano que promete ser o mais seco da história na região, enquanto o SOS Pantanal começa a preparação das brigadas para uma temporada desafiadora de incêndios, através de seu programa de brigadas, outras movimentações chamam a atenção: foi anunciado pelo governo federal um corte de R$ 12,3 milhões à atuação do IBAMA, e esses cortes atingem o PrevFogo, braço da instituição que tem papel fundamental na defesa contra incêndios prioritariamente em Terras Indígenas, Assentamentos e Unidades de Conservação. Por outro lado, o governo do Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência ambiental e a liberação de R$ 25 milhões para reforçar ações preventivas do Corpo de Bombeiros.
A conservação e o desenvolvimento sustentável do Pantanal dependem da convergência de ações do poder público com a sociedade civil, e focar esforços na prevenção é o melhor caminho. Neste aspecto, vale frisar que durante a realização do 1º Workshop Presencial de Prevenção aos Incêndios Florestais, promovido pelo Governo do Estado do Mato Grosso do Sul em 9/04, foram discutidas ações contidas no decreto de situação de emergência ambiental, inclusive quanto às queimas prescritas – que se baseia no o bom uso do fogo para redução do material combustível e fragmentação da vegetação – unindo organizações como Famasul, Reflore, SOS Pantanal, Instituto Homem Pantaneiro, Bombeiros do MS e ICMBio. Segundo Leonardo Gomes, Diretor Executivo do SOS Pantanal “é importante investirmos mais recursos e energia nas ferramentas do manejo integrado do fogo, especialmente nas etapas de prevenção e preparação. Precisamos, com urgência, implementar medidas como abertura de aceiros, queimas prescritas e fortalecimento das brigadas voluntárias e privadas. A iniciativa anunciada de queimas prescritas em 22 fazendas no Pantanal Sul deve ser expandida o quanto antes para outras localidades com vulnerabilidades ambientais e sociais”.
Paralelamente às decisões do poder público nas atividades de prevenção e combate ao fogo, o SOS Pantanal segue a preparação e capacitação para uma rede de brigadas que hoje, em parceria com o ECOA, ICAS e a WWF, soma 66 unidades atuantes, sendo 24 estruturadas e apoiadas diretamente pelo instituto. De acordo com os últimos dados oficial consolidados de dezembro de 2022, as brigadas colaboraram para a diminuição em 89% de área queimada em suas áreas de atuação, com redução de 76% dos focos de calor das mesmas, protegendo um território de mais de 650 mil hectares.
Além de ações contra incêndios florestais, o instituto segue atuante em várias frentes, incluindo o projeto ‘Águas do Pantanal’, que atua no estudo de qualidade das águas que abastecem a maior planície alagável do planeta.