Taxa de juros Selic: o que é e como impacta na aquisição de um imóvel?

A compra da casa própria ainda é um dos principais sonhos de grande parcela da população brasileira. Contudo, adquirir um imóvel não é uma tarefa fácil. Um bom planejamento financeiro é necessário, para avaliar os principais fatores que possam impactar no preço final — esse é o caso da taxa de juros Selic.

Esse conceito é fundamental para o mercado financeiro. Podemos destacar, inclusive, que nos últimos meses houve uma retomada de investimentos no setor, bem como o aumento das vendas. Ambas as situações ocorreram concomitantemente com a redução da taxa.

Assim, há uma menor incidência de juros, o que aumenta a quantidade de crédito disponível no mercado e estimula novos investimentos. Porém, você sabe o que é a taxa de juros Selic e como ela impacta na aquisição de um imóvel? Não? Para esclarecer esse assunto, a Construtora Trisul explica as principais dúvidas:

Foto: Divulgação

Afinal, o que é a taxa de juros Selic?

A taxa de juros Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) é considerada como o índice básico de juros de nossa economia. Essa consideração é válida pelo fato de ela ser utilizada em operações interbancárias e por influenciar os cálculos de juros em todo o país.

É importante destacar que essa taxa apresenta variações diárias, que são praticamente imperceptíveis. Essas flutuações sempre estão dentro do que é estabelecido pelo Conselho de Política Monetária (Copom), que determina, a cada reunião, uma meta para a Selic.

Como é o funcionamento da taxa de juros Selic?

Pode-se afirmar que a taxa de juros Selic é uma alternativa utilizada pelo Banco Central (Bacen) para controlar a inflação da economia. Em todo o mundo, os bancos centrais têm a liberdade de determinar a taxa básica de juros. Como influência o mercado, o Bacen sabe a quantidade de dinheiro circulando pelo território.

Assim, quanto menor for a quantia em circulação, mais altos serão os preços, o que ocasiona queda na atividade econômica do país. Para estimular o mercado, é necessário adotar políticas capazes de reduzir as taxas de juros e, assim, aumentar o fluxo de compras. Até porque, a alta da Selic é capaz de inibir o consumo das pessoas.

Como a taxa de juros Selic é definida?

É válido afirmar que o aumento e a diminuição da Selic também influenciam no dia a dia das pessoas e de vários setores de mercado nacional, como um todo. Tanto é que ela é conhecida como a “taxa básica” da Economia. Por conta disso, o Brasil criou o Copom, em 1996, para poder manter os juros sob controle.

Como um meio transparente e confiável para decidir os rumos de nossa economia, o Conselho é o responsável pela avaliação da Selic. Anualmente, são realizadas oito reuniões para definir as metas da taxa — uma a cada 45 dias, aproximadamente.

Qual a relação dessa taxa com o mercado imobiliário?

Como já destacamos, a taxa de juros Selic tem influência direta na cobrança de juros pelas instituições financeiras e isso afeta inúmeros setores da economia. Obviamente, não seria diferente com o mercado imobiliário. Podemos afirmar que, se a Selic sobe, outros índices também começam a aumentar.

Em contrapartida, se ela cai, as demais taxas tendem a acompanhar a flutuação. Quando levamos em consideração que o principal produto do mercado imobiliário é extremamente sensível ao crédito — por conta do alto valor de investimento —, fica mais fácil compreender sua influência.

Como essa taxa influencia na hora de comprar um imóvel?

É válido dizer que a redução da taxa Selic é sinônimo de aquecimento do mercado, por conta da quantidade de dinheiro circulando na economia. Então, haverá uma chance maior de adquirir um imóvel. O aumento dos juros apresenta efeito contrário: as taxas de financiamento também sobem e a compra de propriedades e de outros bens é dificultada.

Uma forma fácil de compreender o efeito da taxa Selic se dá por uma análise das vendas de novas construções nos últimos anos. Entre 2014 e 2016, por exemplo, a taxa estava apresentando altos marcadores, o que foi crucial para a redução no índice de compra de imóveis.

Financiamentos de imóveis

Imagine, por exemplo, que uma pessoa esteja economizando uma quantia mensal para utilizar como entrada em um financiamento imobiliário. Visando encontrar as melhores taxas, ela faz uma pesquisa e verifica qual é a instituição bancária com condições mais vantajosas.

Entretanto, durante esse período, o Copom decide aumentar a taxa de juros Selic. Assim, os juros de financiamento também aumentam e, como consequência, todo o planejamento realizado por essa pessoa se torna obsoleto. Ela terá a necessidade de realizar ajustes para a compra do imóvel.

Dessa forma, podemos dizer que o setor imobiliário anda “de mãos dadas” com a Selic: quanto maior for a taxa, maior será o custo do financiamento e mais complicado o acesso ao crédito para os consumidores. Já quando há queda — como atualmente — as condições para compra de imóveis são mais convidativas.

Existe um histórico de queda da taxa Selic?

Sim. A taxa Selic começou a cair em outubro de 2016, quando o Copom optou por mantê-la em 14%, frente a taxa de 14,25% vigente desde julho do ano anterior. Essa foi uma das primeiras medidas tomadas para reduzir a inflação e tentar restabelecer a economia. Por isso, novos cortes aconteceram nos meses seguintes.

Em dezembro do mesmo ano, o índice já se encontrava em 13,75%. Em 2017, a Selic manteve a queda, respaldada pelo reaquecimento de vários setores da economia. Nas últimas semanas de dezembro, a taxa estava na casa de 7%, ou seja, uma redução de quase 50%. A inflação oficial, por sua vez, foi de 2,95% (menor índice desde 1999).

No início de 2018, a Selic ainda apresentou novos cortes, menos acentuados. Desde março, a taxa está estagnada em 6,5%, quando completou a 12ª redução. A tendência dos próximos meses é a manutenção desse valor, sem previsão de reajuste por parte do Copom.

Quais os benefícios de comprar um imóvel com a taxa de juros Selic em baixa?

A redução da taxa de juros Selic é extremamente favorável para o mercado imobiliário. Então, podemos afirmar que esse é um momento excelente para a compra de imóveis. O setor está demonstrando certo aquecimento desde o segundo trimestre de 2017, quando o volume de venda de propriedades novas cresceu 59%.

A redução nos juros é de grande valia para o mercado imobiliário, pois além de impactar as condições de financiamento, também interfere no custo dos materiais que são utilizados nas obras. Do mesmo modo que os compradores, as construtoras também se beneficiam, pelo fato de haver economia no montante necessário para investir em novas unidades.

Isso será repassado aos consumidores de certa forma, já que poderão encontrar imóveis de qualidade e com menores preços. Não podemos deixar de mencionar que a Selic em baixa também é sinônimo de aumento no número de empréstimos realizados pelos bancos, pois será necessário um número maior de clientes para obter a mesma rentabilidade.

Viu como a mudança de um “simples” índice pode trazer inúmeras consequências? Há uma expectativa no mercado que a baixa seja mantida até março de 2019. A projeção é que a taxa de juros Selic suba para 6,75%, atingindo 8,0 ao final do ano. Então, é preciso aproveitar o momento para não perder essa oportunidade.

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