Tecidos antivirais: uma alternativa que faz cada vez mais a diferença para barrar a Covid-19

Número de aplicações de mercado dos tecidos com micropartículas de prata não para de crescer; Produto mostra sua eficácia como uma importante barreira para evitar a contaminação do vírus

O vírus da Covid-19 continua circulando solto por aí. Apesar das quedas dos números de contaminações, ainda não há mecanismos de erradicação da doença 100% eficientes, como a vacina ou uma medicação antiviral efetiva. Com a retomada das atividades e um número grande de pessoas nas ruas, mais do que nunca é preciso continuar adotando alternativas para continuar protegendo a si mesmo e aos outros. Isso pode evitar que um novo pico do coronavírus ocorra e, com isso, um novo lockdown seja necessário.

Foto: Divulgação

Uma das soluções que mais têm sido utilizadas, além de lavar as mãos e aplicar álcool gel, é adoção de tecidos com propriedades de inativação do Sars-Cov-2. Segundo Clarice Weis Arns, professora e pesquisadora do laboratório de virologia do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), esses produtos são capazes de barrar o contato do coronavírus com a pele. “Uma vez que o vírus encosta no tecido, ele é destruído. Os íons de prata são substâncias bastante eficazes para criar essa barreira de proteção”, aponta.

Nesse sentido, a Delfim, tradicional indústria têxtil que tem mais de 60 anos de história, ainda no início da pandemia desenvolveu um tecido com essas propriedades adotando justamente micropartículas de prata que inativam o vírus em 1 minuto. “O tecido foi enriquecido com nanotecnologia, o que eleva sua eficiência bactericida e sua capacidade de filtração bacteriana a mais de 93%, inativando o novo Sars-Cov-2 em um minuto, “, enfatiza Mauro Deutsch, CEO da empresa. O DelfimProtect – nome do tecido antiviral da marca – recebeu recentemente a certificação da Unicamp. O produto, composto de 100% poliéster, conta com uma fibra mais fechada, o que garante proteção mecânica e mais segura pela própria característica de seus fios.

Saber se um tecido é ou não eficaz contra o coronavírus só é possível saber se forem feitos testes em laboratório especializado. “Não tem outra maneira de comprovar sua eficácia. No Brasil, há poucos laboratórios que trabalham com vírus que hoje tem condições de fazer esse tipo de teste”, aponta Clarice.

Multifunção e uso prolongado

Um outro ponto que depõe a favor das máscaras feitas com tecidos antivirais que são capazes de barrar o coronavírus é o uso prolongado – ao contrário de uma máscara feita com tecido comum, que tem durabilidade de, no máximo, três horas. Hoje já é possível encontrar uma infinidade de roupas feitas com esse tipo de tecido, que vem atender à necessidade de pessoas que ficam o dia todo na rua e não têm condições de trocar suas peças durante o período. Estudos recentes mostram que o coronavírus pode ficar ativo nos tecidos até um dia. Por isso, o tecido antiviral se torna tão importante, assim como a lavagem imediata das roupas quando se chega em casa após um dia todo fora.

Os tecidos antivirais hoje contam com múltiplos usos. Além das máscaras, são utilizados pela indústria da moda na confecção de camisas, camisetas, capa de travesseiros, além de atender as demandas de segurança da saúde, com a produção de jalecos, equipamentos de EPIs e avançando significativamente para mercados distintos, como o de restaurantes e hotelaria. No primeiro, é adotado em uniformes dos colaboradores, nas toalhas das mesas, entre outros. Já no segmento hoteleiro, estão utilizando o tecido, além dos restaurantes em áreas comuns como em espreguiçadeiras que ficam na área da piscina.

As micropartículas de prata tornam-se um verdadeiro escudo de proteção entre o corpo humano e a contra a Covid-19. Pode se tornar, inclusive, mais uma alternativa de proteção adotada para o retorno das aulas nas escolas, com a produção de jalecos feitos com tecidos antivirais para os professores. “Já existem algumas demandas por esse tipo de produto de algumas escolas da rede privada, pois é mais uma barreira adicional de proteção”, conclui Mauro.

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