Mais de 4 milhões e meio são os números de acidentes de trabalhos ocorridos de 2012 até o momento no Brasil, ou seja, é estimado que aconteça um acidente a cada 48 segundos. Números expressivos que colocam o país em quarto lugar no ranking mundial de acidentes de trabalho. Para mudar essa realidade a palavra-chave deve ser a prevenção e, para isso, a tecnologia vem sendo uma aliada para muitas empresas. A MRV, maior construtora da América Latina, por exemplo, vem implantando e estudando o uso de softwares, drones e aplicativos para prevenir acidentes e monitorar a saúde de seus colaboradores.
Com cerca de 270 canteiros de obras nas mais de 150 cidades onde tem atuação por todo o país, a construtora conta com aproximadamente 25 mil colaboradores entre próprios e terceirizados. Para a gestão da prevenção de riscos e controles necessários, a MRV já investe em estudos e inovações para melhorar as condições de trabalho. Software de gestão de saúde ocupacional (SOC), de gestão de alojamentos (Podio) e de gestão de terceiros (SGT) já estão em uso pela companhia.
Outras inovações estão em fase de teste nos canteiros, como drones, que avaliam os riscos, organização, implantação e otimização dos espaços; aplicativos com FVS (Ficha de Verificação de Serviços) eletrônica, que verifica a execução dos serviços dentro dos procedimentos da Qualidade e chip de controle de acesso a determinadas áreas dos canteiros de obra. “Em nossa Hub de Inovação nos Estados Unidos e em nossa sede em Belo Horizonte estamos testando a utilização dos óculos de realidade virtual para não só vender apartamentos, mas também treinar a equipe quanto a queda em altura, e outros riscos das atividades da obra”, conta José Luiz Esteves da Fonseca, gestor executivo de Segurança, Saúde e Meio Ambiente (SSMA) da MRV.
Segundo o executivo, as vantagens em usar essas tecnologias estão na otimização do tempo para administrar todas as normas e regras do sistema de gestão trabalhista, redução em custos operacionais, qualidade e assertividade na informação do dia a dia.
“Alguns softwares devem evoluir e otimizar muito a gestão de pessoas nas obras. Na produção já está se falando em utilizar o exoesqueleto em que os trabalhadores poderão realizar as tarefas com menos esforço e desgaste físico, possibilitando a redução de acidentes como membros inferiores e superiores, bem como algumas lombalgias. No futuro próximo ainda teremos robôs e maquinas autônomas com inteligência artificial, informando e controlando todo o processo de produção e qualidade do produto, almoxarifados como lojas virtuais de entregas just in time e drones gerenciando áreas e desenvolvendo estudos para implantação de empreendimentos e muito mais”, diz José Luiz, vislumbrando um futuro.