Diante de tantas mudanças que aconteceram ao longo desses últimos anos, 2022 começou com a retomada gradativa da normalidade. Durante a pandemia da Covid-19, muitas empresas se viram obrigadas a se adequar a novas tecnologias, para que pudessem sobreviver, e, algumas se adaptaram tão bem que construíram um novo modelo de gestão baseado nesses aprendizados. No entanto, outras correram para voltar aos padrões tradicionais de trabalho.
Apesar do que se discutiu sobre o home-office, com a chegada do final do ano, conseguimos refletir sobre a tentativa, quase que forçada, do retorno ao presencial, com a flexibilização das medidas de proteção, muito influenciadas por grandes empresas, como a Google e outras bigtechs, devido a uma questão de percepção de produtividade. Ou seja, trazendo a sensação de que se está aos olhos, está sendo feito mais corretamente.
Essa mudança, que nada mais é do que uma forma de tentar voltar a ser o que era antes da pandemia, está gerando efeitos que podem ser prejudiciais a alguns setores em uma organização, como o de tecnologia. Afinal, muitos profissionais da área não querem participar de processos seletivos que sejam para cargos presenciais, percebendo que podem ter um amplo leque de lugares que os agradam mais para exercer sua profissão, além de escritórios e salas fechadas.
Como existe uma escassez de pessoas com tais habilidades, a curva da procura tende a aumentar, fazendo com percamos espaços de inovação e desenvolvimento no mercado trabalhista.
Essa “demanda versus número de especialistas” pode trazer um atraso na transformação digital de uma empresa, se comparada aos seus concorrentes, que permitem tal flexibilidade. Além disso, outra mudança na gestão observada ao longo de 2022 é no salário, uma vez que sabendo da demanda por profissionais de tecnologia, as pessoas capacitadas na área não aceitam um valor abaixo do oferecido no mercado.
Mesmo assim, esse ano foi de muito aprendizado para o setor empresarial, com uma variedade de testes e tentativas de modelos de trabalho, com o objetivo de entender qual melhor se encaixa para suas rotinas e atividades. Quando as empresas se depararam com a necessidade de tomar decisão sobre qual modelo adotar, perceberam ainda mais a importância de ter indicadores de desempenho, principalmente das áreas administrativas. Sem os indicadores se torna muito difícil saber se a produtividade é maior ou menor no modelo híbrido ou remoto. A SMR tem recebido cada vez mais contatos de empresas que querem desmistificar a produtividade de seus processos.
Para 2023, é possível observarmos alguns métodos de gestão que irão continuar presentes, por serem caminhos sem volta, como a busca pelo trabalho híbrido, e em alguns casos, 100% remoto, como o da tecnologia, e que irá custar das empresas uma maior reflexão sobre necessidade e o que estão dispostas a mudar, tendo em vista a melhora da sua organização.
E para isso se manter e evoluir, as plataformas tecnológicas que permitem essas funções essenciais, como videoconferências para reuniões à distância, tendem a se tornar ainda mais inovadoras e auxiliadoras dos profissionais de pequenas a grandes empresas.
A tecnologia será a base essencial que irá se manter e será necessário cada vez mais a adaptação dentro desse mundo digital, pois não tem como voltar. Quanto mais tecnológica uma empresa conseguir ser, mais dados ela consegue gerir e tendo em mão essas informações, maior a capacidade de gestão e de tomada de decisão.
*Fernando Veroneze, CEO da SMR Consultoria