Tecnologia permite inclusão de pessoas com deficiência auditiva em operações logísticas

Empilhadeiras detectam presença de pedestres por meio de ondas eletromagnéticas e dispositivos alertam operadores por meio de sinais visuais e vibrações

Menos de 1% das vagas formais de trabalho são ocupadas por PCDs (pessoas com deficiência), segundo o IBGE, embora a Lei de Cotas (Lei nº 8.213/91) obrigue empresas com 100 ou mais funcionários a destinar entre 2% e 5% de suas vagas a essa população. Em áreas como operações logísticas, onde a segurança é fundamental, a inserção de trabalhadores com deficiência enfrenta obstáculos. No entanto, a tecnologia está mudando cenário.

Sensor eletromagnético emite alertas sobre presença de pedestres (Crédito: Ilustração)

Máquinas equipadas com sensores de presença permitem que pessoas com deficiência auditiva operem empilhadeiras sem risco de colisões ou atropelamentos. O dispositivo, denominado Hit Not, está sendo implantado em uma grande mineradora brasileira.

O Hit Not utiliza ondas eletromagnéticas para identificar a presença de pedestres em um raio de até 30 metros da empilhadeira. O equipamento emite simultaneamente três tipos de alertas caso alguém entre no campo de operação da máquina. Além dos sinais visuais e sonoros, o operador recebe vibrações em um dispositivo afixado em sua roupa. Assim, mesmo um trabalhador com limitações auditivas pode perceber claramente os avisos e parar o veículo a tempo de evitar qualquer acidente.

Essa tecnologia assegura um ambiente mais inclusivo na indústria e na logística, ao permitir que funções tradicionalmente inacessíveis para trabalhadores com deficiência auditiva, sejam agora também viáveis”, afirma Afonso Moreira, CEO da AHM Solution, empresa especializada em gestão de riscos na logística e que representa o Hit Not no Brasil.

A mesma tecnologia já vem sendo usada em outras operações logísticas. Em uma grande indústria madeireira, o Hit Not eliminou o risco de atropelamentos em pátios onde pedestres circulam entre toras de madeira. “Isso é possível porque as ondas eletromagnéticas atravessam qualquer obstáculo sólido, como paredes e pilhas de cargas, que formam os chamados pontos cegos da operação”, explica Moreira.

No caso da indústria madeireira, após a implantação do Hit Not, as empilhadeiras passaram a operar com mais produtividade e segurança, parando menos a atividade e sem risco de atropelamento.

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