Segundo a etimologia popular, a origem da palavra “religião” vem de religare, do latim: a religião religaria o homem a Deus. Através das religiões, muitos chegam a acreditar que ela traz consigo grandes evoluções, para que se alcance, um dia, a perfeição semelhante à de Deus. No entanto, para muitas pessoas, a sua religião é a causa principal de seus conflitos com seus irmãos e companheiros dessa nossa jornada evolutiva espiritual terrena.
Para o teólogo Marco Aurélio Nogueira, “isso acontece apenas porque suas respectivas religiões são diferentes. Ademais, apesar de umas terem a mesma religião, elas ainda brigam também pelo modo diferente de elas praticarem a mesma”. Além disso, ele acrescenta que “algumas pessoas são mais religiosas e outras menos. E as que são mais querem que as que são menos sejam religiosas iguais a elas, o que é um erro, pois, ser muito religioso depende do nível evolutivo espiritual de cada pessoa”.
Quando isso acontece, vem à tona o que é chamado de intolerância religiosa. De acordo com o teólogo, “é um termo que descreve a atitude mental caracterizada pela falta de habilidade ou vontade em reconhecer e respeitar diferenças ou crenças religiosas de terceiros. Pode-se constituir uma intolerância ideológica ou política, sendo que, ambas têm sido comuns através da história”. Ele destaca ainda que a perseguição se manifesta por meio por meio de discriminação, profanação e agressões. “É a incapacidade em aceitar o que é diferente, é não tolerar opiniões ou práticas que se diferem das suas e muitas vezes são seguidas de atitudes preconceituosas e até mesmo violentas”, reforça Marco Aurélio.
Outro grande erro cometido por muitos, aponta o teólogo, é o extremismo religioso, que está associado ao dogmatismo, ao fanatismo e à tentativas de imposição de estilos e modos de vida, bem como à negação radical de valores. “O extremismo, unido ao unilateralismo, resulta em total fechamento ao diálogo e à negociação, o que automaticamente acarreta um grande desconforto”, ressalta.
Mas a cada dia que passa, fica evidente que a intolerância religiosa está presente no mundo todo e em diversas épocas da humanidade, detalha Marco Aurélio. Além disso, ele lembra que “as crenças que perseguem, em outro momento ou lugar são perseguidas, e essa dificuldade em aceitar a existência de um Deus diferente do seu, foi, e ainda é, motivo de grandes tragédias”.
Para suprir estes erros, o teólogo aponta um caminho: “Vivemos em um mundo plural, formado por pessoas diferentes, com posicionamentos, crenças e interesses diferentes e somente o respeito mútuo pode garantir uma convivência saudável em sociedade”, finaliza.