No Brasil, a primavera inicia-se entre os dias 22 e 23 de setembro e segue até dezembro. No país, essa estação provoca alterações nos regimes pluviométricos e o período de chuva se inicia. Devido à intensificação do calor e da umidade, típicos deste período, determinadas enfermidades se tornam mais frequentes e são as chamadas doenças da primavera. Algumas delas são: catapora, sarampo, escarlatina, herpes zoster, asma, conjuntivite alérgica e rinite alérgica, entre outras. Especialistas sinalizam que além da vacinação, outra maneira de prevenção é conservar os ambientes limpos, arejados, livres de ácaros e poeira. Evitar exposição a plantas em fase de polinização também pode ajudar quando se trata das alergias. Outra precaução é manter o cartão de vacina atualizado. Além da proteção contra catapora, sarampo e herpes zoster, existem importantes imunizantes que devem ser atualizados, principalmente nesta época de pandemia.
Em relação à primeira, a vacina varicela zoster é a melhor forma de se evitar, com alta taxa de eficácia. Cerca de 90% das pessoas têm catapora na infância de uma forma mais branda e, normalmente, o indivíduo infectado desenvolve anticorpos contra o microorganismo e não será acometido novamente. A estimativa é que, no Brasil, apenas 10% dos maiores de 25 anos de idade não tenham contraído o vírus. Entretanto, quando em adultos, tem potencial grave e taxa de letalidade até 40 vezes maior do que a verificada em crianças saudáveis. Por isso, as pessoas que não tiveram a doença precisam se atentar ao cartão de vacina. A gestora regional do Sabin em Campo Grande, que oferece essas opções, Adriana Linni, explica que o esquema de vacinação contra a varicela é composto por duas doses. A primeira é feita aos 12 meses e a dose seguinte à partir dos 15 meses de idade, com um intervalo de 3 meses da primeira dose. As crianças saudáveis, com mais de um ano, que ainda não tiveram catapora também devem se vacinar.
“Contudo, em situações de risco, como surto de varicela ou exposição em ambiente coletivo (escola, creche ou domicílio) deve ser realizada a vacinação em crianças a partir de nove meses, como uma forma de bloquear a infecção, não deixando de cumprir o esquema de rotina citado,” explica Adriana. Já a herpes zoster acontece a partir da reativação, na fase adulta, do mesmo vírus causador da catapora. Não se sabe ao certo o que causa a ativação do agente patogênico, porém, é comum que ele reapareça em episódios de imunidade baixa ou estresse. É caracterizada por bolhas, vermelhidão e inchaços que podem coçar, arder e/ou doer, podendo se manifestar em qualquer idade, sendo mais comum após os 50 anos. Assim, a vacina foi licenciada para pessoas desta faixa etária e é recomendada para maiores de 50 anos.
Segundo Adriana, existe uma vacina de vírus vivo atenuado específico para herpes. É contraindicada, contudo, em pessoas imunodeprimidas, com alergia grave a algum dos componentes da vacina, pessoas com tuberculose ativa não tratada e gestantes. “Após quadro de herpes zoster é recomendado aguardar um ano para aplicação da vacina. Como toda vacina, podem ocorrer eventos adversos de leve a moderado, como coceira, vermelhidão, inchaço, dor”, ressalta a especialista.