Toda história tem um início!

Prof. Augusto César Samaniego – Foto: Acervo Pessoal

Desde uma triste quarta-feira de cinzas, quando faleceu aos 58 anos, o glamour não era o mesmo; mas Corumbá tinha o seu próprio Oscar Pantaneiro. Um evento que perdurou por 18 anos homenageava “Pessoas Destaque “ na Cidade Branca. O pai da ação era o colunista Alfredo Sartory. Nascido e criado em Corumbá acumulou 30 anos de colunismo social, tendo uma página no “Correio de Corumbá”. Dito isso, é importante saber que dificilmente vamos encontrar um exemplo de pessoa bem-sucedida que conquistou os objetivos de carreira sem passar por dificuldades. Afinal, obstáculos existem, em qualquer propósito que você se propõe a alcançar. O que vai mudar é a forma que você lida com essas adversidades. É o caso do enxadrista corumbaense Augusto César Samaniego que como técnico, conquistou mais de 100 títulos estaduais, dois brasileiros e um vice-campeonato do Festival Nacional da Criança. Tem uma vida dedicada ao xadrez. “Comecei a praticar xadrez por necessidade de melhorar o raciocínio, nos tempos de faculdade”, comenta ele, que é profissional de Educação Física, encontrando comigo na volta de um evento de xadrez em Dourados/MS. “Depois, comecei a competir, estreando oficialmente em março de 1997, no 7º Pan-americano de Xadrez para a Juventude, em Laguna/SC. A partir daí me envolvi totalmente, chegando a promover torneios quando não tinha quem o fizesse”.

Com esse ânimo e com a proposta de melhorar o raciocínio lógico, a memória e a concentração de mulheres em privação de liberdade, desenvolveu uma oficina de xadrez por mais de três anos no Estabelecimento Penal Feminino “Carlos Alberto Jonas Giordano” (EPFCAJG). O xadrez estimula a disciplina, a autoestima e o respeito às regras entre as participantes.

Projeto “Xadrez que Liberta – Um Lance para o Futuro” – Foto: Divulgação

O projeto “Xadrez que Liberta – Um Lance para o Futuro” aconteceu através da parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), por meio da direção do presídio, Conselho da Comunidade local, Clube de Xadrez Pantanal e o Poder Judiciário, representado pelo juiz da Vara de Execução Penal de Corumbá, André Luiz Monteiro.

Ao todo, 30 reeducandas participaram da iniciativa que foi ministrada pelo professor Augusto César Samaniego. Caracterizada como o “esporte da mente”, o xadrez também reflete durante a solução de problemas e a elaboração de projetos de vida. Dentre 20 competidoras estaduais, duas reeducandas foram premiadas: a interna Carla Verônica ficou em sexta colocação e Martha Rosa em oitavo lugar.

Prof. Elizabeth – Foto: Acervo Pessoal

A pessoa que joga xadrez adquire um senso muito prático de organização e concentração, desenvolve a sua memória, inteligência e imaginação e no caso específico, as premiações estimulam e motivam as demais reeducandas preenchendo o espaço ocioso e assim contribuindo para uma efetiva reinserção e reeducação pessoal. Após isso iniciou suas atividades como Colunista do Notícias do Pantanal, e continuou desenvolvendo projetos como o Celebridades na Dança, que no ápice recebeu o show de Ramão Terra e Wender Silva. E o “Passa na Praça que a arte te abraça”. Em uma ocasião, Augusto Samaniego enfrentou em plena Praça da República, Eduardo Conche da Escola Municipal Clio Proença. Na mesma data Diego Samaniego líder do torneio clássico enfrentou seu pai Silvio Samaniego. E o professor de matemática Gabriel Souza enfrentou a professora Adriana Pires, técnica da Seleção de Corumbá, para os Jogos Escolares da Juventude do MS.

Mais recentemente movimentou a cidade novamente, convidando personalidades como Luanny Lemes, Rosilene Bejarano, e Jociane de Andrade, lançando o “Cem Mulheres de Sucesso 2023” que será realizado dia 22 de abril, as 20 horas, na Câmara Municipal de Corumbá, fazendo com que a cidade volte a ter eventos com marca de qualidade. Sinceramente, não se poderia esperar nada diferente, desta conduta empreendedora, altruísta e aglutinadora se lembrarmos que sua mão Elizabeth da Silva Samaniego, em 1962, era professora e alfabetizava crianças, em uma casa de tábua cedida pela Dona Catarina, no preâmbulo da Escola Alexandre de Castro. As reeducandas que tenham um bom recomeço e saibam: Nada é por acaso!

*Articulista

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