Para modernizar o cenário da construção civil, o EnRedes estruturou a Rede Construção Digital, que reúne 32 empresas do setor, entre construtoras, incorporadoras, projetistas e fabricantes, vem debatendo como novas tecnologias podem otimizar processos e solucionar fluxos defasados do setor. Para os envolvidos, a maior dificuldade está na mudança de cultura dentro de processos antiquados.
“Muitas pessoas entendem que transformação digital é o uso de aplicativos ou demais ferramentas tecnológicas. Não se trata apenas disso. A mudança digital acontece quando o setor passa a questionar as inovações vigentes e onde elas entrariam em seus próprios sistemas”, explica Roberto de Souza, criador do EnRedes.
Por meio de estações de trabalho, temáticas comuns do cenário inovador foram apresentadas às empresas da construção civil, entre elas: Internet das Coisas, Big Data, Inteligência Artificial e Drones. “Como identificarmos as necessidades do mercado, conseguimos explicitar quais tecnologias atenderiam cada demanda. É com estes diagnósticos que passamos a acompanhar os trabalhos das startups da área, as construtechs”, complementa o consultor.
Empreender em inovação
Para a iniciativa, o grande desafio é acompanhar a pressão vinda das transformações no mundo. “As empresas precisam inovar. A junção tecnológica é apenas consequência de um histórico de processos que o cenário da construção civil vive. Assim como, tempos atrás, coube ao mercado pensar temas considerados inusitados ou incompatíveis para suas épocas, como qualidade e sustentabilidade”, aponta Roberto.
Entretanto, de acordo com o engenheiro, a busca por tecnologia exige cautela. “Antes de incorporar, investir ou contratar construtechs, a empresa deve ter o cuidado de avaliar qual é o propósito de cada organização e qual é a capacidade efetiva de ela resolver – a um custo menor, com maior agilidade, com qualidade e desempenho satisfatórios – seus dilemas internos”.
De acordo com dados da Construtech Ventures, existem no Brasil mais de 350 startups dos setores de construção e imobiliário. “Podemos citar quatro exemplos de construtechs que já têm uma atuação importante no setor. Uma é a Conaz, de Santa Catarina, focada em orçamentação e tomada de preços para pequenas e médias construtoras. Outra, também de Santa Catarina, é a Welob, atuando no planejamento e controle de obras. Já em São Paulo temos duas que se encontram no Cietec (Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia), incubadora de empresas da USP: uma trabalhando com Internet das Coisas e outra com realidade aumentada”, conclui Souza.