Trânsito: cidades de fronteira têm índice de acidentes acima da média nacional

Trânsito em Ponta Porã (MS) – Foto: MS em Foco/Cortesia

No dia dedicado ao trânsito, 25 de setembro, os indicadores mostram que as regiões fronteiriças, em muitos casos, refletem o fato desses municípios estarem na rota do tráfico e do contrabando. O município de Coronel Sapucaia (MS), por exemplo, registrou índice de vítimas fatais em acidentes de trânsito de 46,93 mortes para cada 100 mil habitantes. O indicador é quase três vezes a média nacional de 17,33 óbitos, registrada em 2016, sendo este o dado oficial mais recente.

O alto índice de mortes no trânsito se repete em outras cidades de fronteira, segundo aponta o Diagnóstico do Desenvolvimento das Cidades Gêmeas do Brasil, uma radiografia das áreas limítrofes com os países vizinhos realizada pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (Idesf). Elaborado a partir de indicadores oficiais das áreas de saúde, educação, economia e segurança, o estudo levantou dados de 32 cidades gêmeas, situadas em nove estados brasileiros.

Conforme o levantamento, a segunda cidade gêmea do País no ranking de óbitos no trânsito é Guaíra (PR), com 33,55 mortes para cada 100 mil habitantes. Porto Murtinho (MS), com 29,97, e Santo Antônio do Sudoeste (PR), 29,91, também têm índices elevados de mortes por acidente nas vias em comparação à média nacional, a quarta mais elevada das américas.

Segundo o presidente do Idesf, Luciano Stremel Barros, os dados levantados pelo estudo nas diferentes áreas demonstram a falta de perspectiva econômica das regiões de fronteira, fator que leva muitos jovens a ingressarem em atividades ilícitas. “Os altos índices de violência, inclusive no trânsito, refletem a incidência de acidentes gerados em situações de contrabando”.

O levantamento de dados das fronteiras foi enviado pelo Idesf para todos os candidatos à presidência da República. “Esperamos que o trabalho sirva de base para que o poder público possa planejar e executar políticas de desenvolvimento para as regiões de fronteira”, afirmou o dirigente. O estudo completo pode ser acessado no site www.idesf.org.br.

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