UEMS estreia a peça dramática ”O Zoológico de Vidro” no Centro Cultural

Cena da peça teatral ‘O Zoológico de Vidro’ – Foto: Divulgação

Cena da peça teatral ‘O Zoológico de Vidro’ – Foto: Divulgação

Campo Grande (MS) – O curso de Artes Cênicas da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) com o apoio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS) realizará a estreia do espetáculo dramático “O Zoológico de Vidro” no próximo sábado e domingo (27 e 28 de

​fevereiro), às 20 horas, no Teatro Aracy Balabanian do Centro Cultural José Octávio Guizzo (CCJOG). As apresentações são gratuitas, tem classificação de 12 anos e duração aproximada de 90 minutos.

A peça retrata um drama de inclusão social que passa em Saint Louis, no Missouri, sul dos EUA nos anos 30, no auge da depressão que abalou o sistema financeiro mundial, vive a família Wingfield composta por Amanda, Laura e Tom, que vivenciam horrores íntimos que reprimem e que tentam, sem sucesso, esconder uns dos outros. Como resultado, a peça revela a história de uma família em que as vidas formam um triângulo de desespero silencioso, em que cada um luta com sua versão individual do inferno, tentando simultaneamente escapar da força gravitacional da patologia do outro.

Cena da peça teatral ‘O Zoológico de Vidro’ – Foto: Divulgação

Cena da peça teatral ‘O Zoológico de Vidro’ – Foto: Divulgação

O pai foi o primeiro a abandonar a família, há 16 anos. Amanda, a mãe, sofre desesperadamente o abandono e tenta fazer planos e toma providências para que os filhos tenham um futuro digno. Uma mulher pequena, dotada de grande, mas confusa vitalidade, que se agarra freneticamente a outro tempo e lugar. Ironicamente, seu passado idealizado transforma-se no desejo irrealizado de garantir a futura felicidade da filha.

Laura, a filha, teve uma doença na infância que a deixou aleijada e uma de suas pernas é mais curta que a outra, obrigando-a a usar um aparelho ortopédico. Decorrente disso, o alheamento de Laura vai aumentando até ela se transformar numa peça de sua coleção de objetos de vidro, frágil demais para sair da prateleira.

Tom, o filho, é ao mesmo tempo o narrador da peça. Ele é poeta e trabalha num almoxarifado, tem uma imensa dificuldade em fazer sua própria e inevitável escolha entre o sacrifício e a liberdade individual. Mesmo assim, as aventuras imaginárias de Tom no cinema deverão dar lugar à sua fuga pela escada de incêndio para a marinha mercante.

Cena da peça teatral ‘O Zoológico de Vidro’ – Foto: Divulgação

Cena da peça teatral ‘O Zoológico de Vidro’ – Foto: Divulgação

Eis que no triângulo de desespero dos Wingfield entra o insuportavelmente banal, “rapaz jovem e comum”, chamado Jim O’Connor. Jim é um desses personagens que aspira viver num padrão de normalidade e é inteiramente bem sucedido.

“O Zoológico de Vidro é um espetáculo atento a duas frentes de trabalho. Em uma perspectiva coletiva considera a inclusão social um elemento preponderante. Sem ser panfletário, sem reivindicar nada, sem considerar um opressor externo, busca retratar de maneira verossímil: a estética (outra frente) com as subjetividades de uma personagem que sempre sentiu-se inferior aos outros por causa de um problema de locomoção. Laura tem uma perna levemente maior que a outra o que a levou usar um aparelho ortopédico por muitos anos. Nos dois dias em que se passa a história, Laura já se livrou do aparelho, mas as consequências psicológicas foram profundas em sua personalidade e comportamento”, explica o diretor da peça Marcus Villa Góis.

Cena da peça teatral ‘O Zoológico de Vidro’ – Foto: Divulgação

Cena da peça teatral ‘O Zoológico de Vidro’ – Foto: Divulgação

“Quais são as consequências em cada um de nós, oprimidos, é o que trata a peça. Por outro lado, sob o viés estético, essa montagem não procura iludir ninguém com assombros realistas/naturalistas, neste caso a expressão é fundamental”, esclarece Góis.

“Esse espetáculo é fruto do trabalho de um grupo de professores atentos à expressão cênica num conjunto de estéticas, é fruto do curso de licenciatura em Artes Cênicas da UEMS, no qual as expressões teatro e dança são desenvolvidas em conjunto. A “realidade” percebida hoje, início do século XXI, no Centro-Oeste do Brasil não condiz com o “voyerismo” cinematográfico, é preciso usar a cinestesia para expressar estados d’alma. Movimento aliado à expressão para tocar a alma do sul-mato-grossense. A adição de camadas de significação, nem sempre na mesma direção, procura enriquecer os sentidos da percepção de cada um dos espectadores”, esclarece o diretor.

A peça tem texto de Tennessee Williams, Direção de Marcus Villa Góis, elenco composto por Glaucia Pires, Marcos Gautto, Clara Mendes e Yuri Tavares. Figurino de Fábio Maurício, Cenografia de Haroldo Garay, Trilha sonora de Bruno Loiacono, Operação de áudio com Mateus Lomando, Produção e Iluminação de Pietro Lara, Designer Gráfico e Video Maker: Jamille Fortunato, Imagem do Telão Frontal de Luara Arguelho.

Serviço – Os ingressos devem ser retirados uma hora antes do início do espetáculo na bilheteria do teatro. O Centro Cultural José Octávio Guizzo fica localizado na rua 26 de Agosto,453, entre a avenida Calógeras e a rua 14 de Julho.

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