Vá pilotar fogão!

Professor da Strong Business School explica a desigualdade de gênero num local de dominação feminina. Apenas 6,4% de mulheres comandam restaurantes, segundo a pesquisa

Foto: Divulgação

Desigualdade é um dos termos mais usados nos últimos anos quando o assunto são as mulheres. Apesar dos avanços e, na sociedade ocidental levou mais de 2 mil anos para acontecer, o advento da internet, das redes sociais, precisamente a sociedade da informação, foi o combustível para as mudanças, ainda assim, está só começando. No mercado de trabalho principalmente a mulher ainda luta pele igualdade. E um dos setores é a cozinha. Local onde foram instaladas desde a organização social do trabalho, explica o professor de economia, Valter Palmieri Junior, da Strong Business School, “a cozinha foi um campo da vida social onde se naturalizou a presença das mulheres, ainda assim quando isso passa para o mercado de trabalho, os melhores cargos ainda são destinados aos homens. Segundo pesquisa Michelin sobre restaurantes no mundo todo, apenas 6,4% são liderados por mulheres e 25% tem chefs de cozinha mulheres.  E o professor vai além para explicar a diferenciação “a palavra cozinheira ainda está relacionada às mulheres na gastronomia, enquanto chef é determinado aos homens. “ Claro, que há exceções, mas o estudo não se trata delas.

O professor da Strong Business School ainda explica que a partir da revolução industrial, houve a divisão social do trabalho e também a divisão sexual do trabalho com arranjos aos que eles consideravam atribuições pertencentes ao masculino e ao feminino. Valter diz que para as mulheres esse processo se materializou pela dominância na esfera privada, a mulher passa a ser a responsável primária pelo trabalho de cuidados da família, o que inclui a alimentação diária. Enquanto, os homens dominaram a esfera pública e os rendimentos financeiros.

Não à toa, ainda há mais homens chefs de cozinha no Brasil e no mundo.  O professor explica esse fenômeno: a cozinha deixa de ser um reduto feminino quando passa a ter um papel de produção econômica, de empresa daí elas voltam a ser posicionadas em cargos de menor expressão como de ajudante de cozinha.

Apesar dos avanços das mulheres no mercado de trabalho e no nível educacional, segundo, a última pesquisa do INEP, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacional, dos 11 cursos superiores mais procurados, as mulheres concluíram, em 2021, os cursos em 9 profissões mais que os homens. O professor afirma que os recortes sociais também são desiguais dentro do próprio gênero. As que ascendem na hierarquia do trabalho são brancas e de classe média.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Topo