Campo Grande (MS) – A Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), em parceria com a Alelo, bandeira especializada em benefícios, incentivos e gestão de despesas corporativas, apresenta informações atualizadas sobre os impactos da COVID-19 com os Índices de Consumo em Supermercados (ICS) e os Índices de Consumo em Restaurantes (ICR), calculados com base nas transações diárias realizadas, em setembro de 2020, a partir da utilização dos cartões Alelo Alimentação e Alelo Refeição, em Mato Grosso do Sul.
Os Índices de Consumo em Restaurantes (ICR) trazem a evolução do consumo de refeições prontas em estabelecimentos como restaurantes, bares, lanchonetes, padarias, além de serviços de entrega (delivery) e retirada em balcão/para viagem (pick-up). Em setembro, na comparação com o mesmo período de 2019, o valor gasto nestes estabelecimentos registrou uma queda de 10,6%, enquanto a média nacional foi de -25,7%. Houve ainda redução de 19,5% no volume de transações e 4,1% no número de estabelecimentos, que registraram operações.
“Aos poucos, com a maior flexibilização das medidas de restrições sanitárias, o consumo em restaurantes e em outros estabelecimentos começa a se restabelecer. Mesmo que os resultados ainda estejam menores em relação ao período anterior à pandemia, se colocarmos em perspectiva os valores registrados em seu início, perceberemos o impacto positivo da reabertura e retomada das atividades desse segmento”, afirma Cesario Nakamura, presidente da Alelo. “Ainda que de modo comedido, os consumidores estão trazendo de volta os hábitos de consumo anteriores”.
Por outro lado, os Índices de Consumo em Supermercados (ICS) mostram que as vendas nesse segmento continuam sendo menos afetadas pela pandemia e pelas medidas contingenciais, mesmo ainda apresentando resultados negativos. Em particular, o principal impacto observado no comportamento de consumo continua sendo a redução no número de transações, com queda de 9,2%. No entanto, o valor gasto nos supermercados subiu 5% e houve aumento de 1,6% no número de estabelecimentos que efetivaram transações no mês de setembro, em relação ao mesmo período do ano passado.
Em termos regionais, a análise dos resultados do estudo revela que os efeitos da pandemia continuam se distribuindo de forma heterogênea sobre as unidades federativas, refletindo a descentralização e as diferenças temporais entre os processos de fechamento e abertura das economias locais, bem como a interiorização da pandemia.
Adotando como parâmetro o valor gasto em restaurantes, é possível evidenciar que as regiões mais impactadas em setembro foram a Sudeste (-26%) e Sul (-25,5%), contrastando com os menores impactos observados nas regiões Centro-Oeste (-23,9%) e Norte (-19,1%). Já o consumo na região Nordeste ocupou posição intermediária no ranking, com variação de -24,1%.
Metodologia dos índices
Todos os índices foram elaborados e depurados com base em critérios estatísticos para garantir a focalização, a consistência e a interpretação dos resultados ao longo do tempo:
- Amostra:todos os índices são calculados a partir de dados diários de transações realizadas em estabelecimentos comerciais distribuídos por todo o território nacional, entre 1 de janeiro de 2018 e 30 de setembro de 2020.
- Valores atípicos:para evitar oscilações nos índices decorrentes de eventuais entradas ou saídas de empregadores de grande porte na base de dados, observações associadas a empresas que se enquadram nesses critérios foram desconsideradas nos cálculos.
• Sazonalidade: foram adotados os seguintes procedimentos para mitigar a influência de fatores sazonais: (i) cálculo de média móvel de 7 dias (dados do dia observado e dos 6 dias anteriores a ele), eliminando assim os efeitos dos dias úteis e finais de semana sobre as séries; (ii) identificação e filtragem de fatores sazonais relacionados ao comportamento das séries em dias específicos dentro de cada mês (1º dia, 5º dia, 10º dia…), por conta do calendário de recarga e distribuição temporal do uso dos benefícios nos estabelecimentos no período.
• Frequência: todos os índices são apresentados com frequência diária para todo o período disponível da amostra, tendo por referência inicial (base 100) a média diária em janeiro de 2018. Os impactos calculados estão disponíveis para todos os dias, quinzenas e meses de 2020.