O primeiro exemplar da variante Pirola da Covid-19 não tem características que levantam grandes preocupações. Essa foi a conclusão de uma análise genética sobre a cepa (BA.2.86.1).
O trabalho, que aguarda publicação, foi conduzido por pesquisadores das universidades de Brescia e Sassari, pelo Campus Bio-Medico de Roma, e pelo Instituto René Rachou de Belo Horizonte (Fiocruz Minas), no Brasil.
Segundo a investigação científica, o vírus italiano, que foi isolado em um paciente de 72 anos de idade em Brescia, tem relação com as cepas encontradas nas últimas semanas no Reino Unido.
O diretor da Unidade de Estatística Molecular e de Epidemiologia do Campus Bio-Medico de Roma, Massimo Ciccozzi, um dos autores do estudo, explicou que o estudo “confirma o que havia sido observado em trabalhos anteriores: embora Pirola tenha muitas mutações, elas não desempenham um papel determinante em termos de contágio e agressividade”.
“Também não parece que a variante tenha a capacidade de evadir a resposta do nosso sistema imunitário”, concluiu Ciccozzi, que também assina o estudo.
Embora as mutações características sejam mais numerosas que o perfil genético das variantes atualmente mais difundidas, elas não são completamente desconhecidas do sistema imunitário, e têm muitas analogias com a variante BA.2 (da Ômicron), sua “ancestral” direta e que foi dominante por boa parte de 2022.
“Não precisamos de alarmismo, mas precisamos de prudência. É melhor evitar o contágio, especialmente para os vulneráveis e os mais velhos. Portanto, é importante a vacinação, e eu aconselharia também o uso de máscara nos ambientes fechados e lotados. Sem obrigação, claro”, acrescentou o cientista.
“A vigilância genômica é fundamental. Não precisamos ser obcecados pelas variantes, mas devemos seguir monitorando a evolução do vírus”, concluiu.